Para TPI, impedir entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza pode ser 'crime'
"Impedir o acesso da ajuda humanitária" à Faixa de Gaza poderia ser um "crime", afirmou, neste domingo (29), o procurador-chefe do Tribunal Penal Internacional (CPI), após visitar o posto de Rafah, que liga o Egito ao território palestino.
"Impedir a chegada de ajuda pode constituir um crime", disse Karim Khan diante da imprensa no posto de Rafah, onde se acumula a ajuda humanitária destinada aos civis palestinos.
Israel "deve assegurar sem demora que os civis recebam comida, medicamentos" em Gaza, acrescentou.
"Em Rafah, vi caminhões bloqueados, cheios de produtos e ajuda humanitária, longe das bocas famintas e das feridas" dos moradores de Gaza, continuou.
A Faixa de Gaza é submetida a um bloqueio israelense por terra, ar e mar há 16 anos, ao qual se soma, desde 9 de outubro, um "assédio total" do território, onde faltam água, comida, combustível e medicamentos.
Os apelos se multiplicam para acelerar a chegada da ajuda em Gaza, submetida a bombardeios israelenses incessantes desde o ataque lançado pelo movimento islamista palestino Hamas contra Israel, em 7 de outubro.
Do Egito, Khan declarou que está "investigando os crimes que podem ter sido cometidos em 7 de outubro em Israel", assim como "os acontecimentos em curso em Gaza e na Cisjordânia", como parte da investigação oficial do TPI sobre os Territórios Palestinos, aberta em 2021.
Mais de cem palestinos foram assassinados por colonos israelenses e em operações do Exército de Israel na Cisjordânia ocupada desde 7 de outubro, segundo o Ministério da Saúde deste território.
Criado em 2002, o TPI, com sede em Haia, nos Países Baixos, é a única jurisdição internacional e independente que faz investigações sobre crimes de genocídio, crimes de guerra e contra a humanidade.
Israel, que não é membro do TPI, tem se negado a cooperar com a investigação.
R.Weber--HHA