Hamburger Anzeiger - Presidente de México descarta indulto para assassino confesso de candidato presidencial

Presidente de México descarta indulto para assassino confesso de candidato presidencial
Presidente de México descarta indulto para assassino confesso de candidato presidencial / foto: Handout - Mexican Presidency/AFP

Presidente de México descarta indulto para assassino confesso de candidato presidencial

O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, descartou, nesta terça-feira (30), conceder um indulto ao assassino confesso de Luis Donaldo Colosio Murrieta, assassinado em 1994 durante um evento de campanha quando concorria à presidência do país.

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Luis Donaldo Colosio Riojas, prefeito da cidade de Monterrey (norte) e filho do então candidato do Partido Revolucionário Institucional (PRI), pediu na terça-feira a López Obrador "encerrar" e "virar a página" deste caso concedendo-lhe o indulto.

"Quero dizer que não posso fazê-lo. Sei que ele já não quer, nem seus familiares, saber disso, que foi terrível, mas se trata de um assunto de Estado [...] no qual corresponde a mim [que] não se deixe de investigar", disse López Obrador em sua entrevista coletiva habitual.

"Eu não vou dar por encerrado um assunto assim", enfatizou o presidente mexicano.

Mario Aburto Martínez, de 53 anos, é até o momento a única pessoa presa pelo assassinato que abalou a opinião pública do país durante o governo de Carlos Salinas de Gortari (1988-1994), também do PRI.

Segundo as investigações, Aburto Martínez admitiu ser o assassino de Colosio e ter atuado por conta própria no crime registrado em um bairro do leste da cidade de Tijuana (estado de Baixa Califórnia, região noroeste). Foi condenado a 45 anos de prisão.

Colosio Riojas tinha pedido que o caso fosse deixado "nas mãos de outra Justiça, porque a Justiça mexicana deixou a desejar em seu momento e, hoje, o que queremos é virar a página e construir algo novo".

Em outubro, um tribunal local concedeu a Aburto Martínez um amparo que invalidava sua sentença, argumentando que ele deveria ter sido processado com base no Código Penal da Baixa Califórnia e não com o federal mexicano.

Riojas expressou sua oposição a que o tema seja "banalizado" em tempos eleitorais.

"É fazer barulho desnecessariamente. Por que sempre no período eleitoral?", questionou, em referência às eleições presidenciais de 2 de junho.

Seu pedido chega três semanas depois de um juiz descartar provas apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (FGR, na sigla em espanhol) contra um "segundo" pistoleiro supostamente envolvido no crime.

E.Borstelmann--HHA