Hamburger Anzeiger - Chefe do Exército paquistanês pede 'maturidade' após resultados de eleições legislativas

Chefe do Exército paquistanês pede 'maturidade' após resultados de eleições legislativas
Chefe do Exército paquistanês pede 'maturidade' após resultados de eleições legislativas / foto: Arif ALI - AFP

Chefe do Exército paquistanês pede 'maturidade' após resultados de eleições legislativas

O chefe do Exército paquistanês pediu aos representantes políticos do país, neste sábado (10), para que demonstrem "maturidade e unidade", após resultados eleitorais sem maiorias definidas, que deixaram os candidatos apoiados pelo ex-primeiro-ministro preso Imran Khan em uma boa posição.

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"Uma vez que o povo do Paquistão depositou sua confiança na constituição, agora é a vez de todos os partidos políticos fazerem o mesmo, demonstrando maturidade política e unidade", afirmou Syed Asim Munir em um comunicado neste sábado, acrescentando que o país "precisa (...) romper com a política de anarquia e polarização".

Embora o ex-premiê tenha sido inabilitado e o seu partido, o Pakistan Tehreek-e-Insaf (PTI), não tenha recebido autorização para concorrer ao pleito, os candidatos independentes que tiveram o seu apoio conquistaram pelo menos 100 assentos, de acordo com uma contagem deste sábado, o que demonstra a popularidade de Khan.

O PTI ficou à frente da Liga Muçulmana do Paquistão (PML-N) de Nawaz Sharif, favorita da votação, que obteve 71 deputados, e do Partido Popular do Paquistão (PPP) de Bilawal Bhutto Zardari, que ficou em terceiro com 54 assentos.

O PTI se declarou vencedor através de um vídeo antigo de seu líder preso, no qual a voz e a fala eram geradas por inteligência artificial.

Treze dos 266 assentos disputados nestas eleições, realizadas na quinta-feira (8), ainda deverão ser atribuídos.

Apesar do resultado, eleitores de Khan, consideram que o pleito foi fraudado. Os atrasos na contagem dos votos, bem como o corte dos serviços de telefonia e de internet pelas autoridades na quinta-feira também aumentaram as suspeitas de manipulação.

A Comissão Eleitoral citou "problemas de internet" para explicar a lentidão do processo.

- Alianças -

Na ausência de maioria absoluta, os três principais partido terão que forjar alianças. O PML-N, que tem o apoio do Exército, parece estar em melhor posição para conseguir uma coalizão.

A Assembleia Nacional do país tem 336 assentos, 70 dos quais são reservados para mulheres e minorias religiosas e são atribuídos proporcionalmente.

Os partidos menores conquistaram 27 cadeiras e poderiam ser absorvidos pelos independentes apoiados pelo PTI.

O PML-N e o PPP, tradicionalmente rivais, compartilharam a maior parte do poder com o Exército durante décadas. Em 2022, formaram um governo de coalizão e, embora tenham se distanciado durante a campanha eleitoral, podem agora repetir a experiência.

As eleições foram pontuadas por episódios de violência, tendo sido registados um total de 61 ataques, segundo o Ministério do Interior.

Na quinta-feira, 16 pessoas morreram nestes ataques e, um dia antes, duas explosões reivindicadas pelo Estado Islâmico deixaram 28 mortos.

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A.Dankwers--HHA