Sete mortos em novo massacre no Equador, assolado pela violência do narcotráfico
Sete pessoas foram assassinadas no domingo na província de Guayas, na costa do Equador, onde grupos criminosos do narcotráfico disputam o poder a sangue e fogo, informou a Polícia nesta segunda-feira (30).
Pelo menos oito homens armados dispararam, resultando em "sete mortos e três feridos" na localidade de Samborondón, situada no sudoeste do país, declarou à imprensa o major Dennis Cárdenas, chefe interino da unidade policial encarregada de investigar homicídios (Dinased).
Cárdenas detalhou que no local estavam cerca de 200 pessoas que assistiam a "uma rinha de galo clandestina". Os homens armados que chegaram de motocicleta também "roubaram os pertences" dos presentes.
Mais cedo, a polícia informou na rede social X que suas "unidades especializadas estão no local para investigar, com o objetivo de elucidar as causas e prender os responsáveis por este fato" ocorrido naquela região agrícola.
As autoridades ainda não determinaram se o incidente foi um ataque direcionado ou um roubo.
O jornal digital Primicias apontou que os pistoleiros "começaram a disparar repetidamente e alguns corpos chegam a ter [marcas de] 40 disparos".
Após uma consulta popular em 2011, foram proibidos na maior parte do Equador os espetáculos que incluem a morte de animais, como as brigas de galo.
- "Primeira vez" -
Devido à guerra entre grupos do narcotráfico pelo controle das rotas e do mercado, os homicídios cresceram no Equador para um recorde de 47 por 100.000 pessoas, em comparação com a taxa de 6 em 2018.
As apreensões de drogas também aumentaram neste país de 17 milhões de habitantes. Entre janeiro e setembro, as autoridades apreenderam 307 toneladas, superando o total confiscado em todo o ano de 2023, quando capturaram um recorde de 219 toneladas.
Samborondón está a cerca de 30 quilômetros do porto da vizinha cidade de Guayaquil, o principal centro logístico para o envio de drogas para os Estados Unidos e Europa, sob controle de organizações narcotraficantes ligadas a cartéis internacionais.
Cárdenas destacou que esta é a "primeira vez" que um massacre ocorre nessa área. Em vídeos que circularam nas redes sociais, é possível ver os corpos estendidos e cobertos de sangue, enquanto sobreviventes pediam ajuda.
O Equador se tornou, nos últimos anos, cenário de massacres em prisões e nas ruas. Desde 2021, cerca de 460 detentos foram assassinados.
A violência se espalha por todo o país. No dia 21 de setembro, um ataque armado deixou cinco mortos.
Funcionários públicos também não escapam do crime. Em um mês, cinco trabalhadores penitenciários foram assassinados.
Diante da violenta ofensiva do crime organizado, o governo do presidente Daniel Noboa declarou em janeiro guerra a cerca de 20 organizações criminosas e mobilizou militares nas ruas para combatê-las.
O governo afirma que as mortes violentas diminuíram. Entre janeiro e setembro de 2024, foram registrados 4.236 assassinatos, em comparação com 5.112 no mesmo período de 2023, segundo o ministério do Interior.
J.Berger--HHA