Eugenio Derbez abraça faceta dramática no inspirador 'Radical'
A trama "Radical" conta a história de um professor que, com métodos pouco convencionais, revoluciona uma escola em uma empobrecida cidade mexicana, inspirando seus alunos. O drama singular levou o comediante Eugenio Derbez a sair de sua zona de conforto nas telonas de cinema.
"Eu já tinha intenção de fazer algo dramático, mas não consegui encontrar o momento certo", disse Derbez em entrevista à AFP. "E quando a história de 'Radical' chegou às minhas mãos, eu disse 'é isso'".
A produção, que estreia nos Estados Unidos na próxima sexta-feira (3), conquistou o prêmio da audiência no Festival de Sundance.
Escrita e dirigida por Chris Zalla, "Radical" se passa na cidade de Matamoros, onde estudantes de uma escola de ensino fundamental vivem cercados pela violência, pobreza e pela falta de recursos no sistema educacional.
Derbez interpreta o professor Sergio Juárez Correa, que retorna voluntariamente à sua cidade e adota técnicas fora do manual para agitar e inspirar seus alunos.
O papel não deixou de ser um desafio para o ator de 62 anos, que consolidou sua carreira em comédias de sucesso como "Não Aceitamos Devoluções" (2013), mas que deu os primeiros passos dramáticos no vencedor do Oscar "No Ritmo do Coração" (2021), no qual também interpretou um professor inspirador.
"Foi algo muito íntimo, muito pessoal. Eu queria que Eugenio fizesse algo diferente e isso basicamente era não ter fantasia", disse o diretor Zalla.
"E acho que estamos vendo outro Eugenio", completou.
- "Muito cru" -
O filme confronta o espectador com cenários complexos que os jovens protagonistas enfrentam diariamente.
"É um filme muito cru, não disfarça a realidade", disse Derbez.
"Mas também é um filme que inspira, porque este professor, apesar de viver naquelas condições, em um ambiente tão violento, apesar de ter tudo contra ele e não ter recursos, com pura imaginação, com pura engenhosidade e vontade de seguir em frente, consegue mudar a vida de todas essas crianças", completa.
Zalla conta que, para a atuação, priorizou crianças com pouca experiência diante das câmeras. "Alguns deles viviam nas condições em que estávamos filmando, então era algo muito familiar para eles, não era tanto atuar, não mais que viver o que eles conheciam", afirmou.
A produção conta histórias de personagens como Paloma Noyola (interpretada por Mia Fernanda Solís), que morava perto de um lixão onde seu pai trabalhava, mas que tinha aptidão notável para matemática, ou Lupe (Mia Fernanda Solís), que se interessa por filosofia, mas cuja mãe quer tirá-la da escola para cuidar dos irmãos mais novos.
"O filme nos faz ver que todas essas crianças têm potencial e com um pouco de ajuda ou orientação, podem desbloqueá-lo e alcançar seus sonhos", diz Danilo Guardiola, que interpreta Nico, um jovem que é cooptado por uma gangue.
Ch.Brandes--HHA