Ucrânia reivindica pequenos avanços na frente de batalha e denuncia novos ataques russos
A Ucrânia afirmou nesta segunda-feira (3) que recuperou 37 quilômetros quadrados no leste e sul do país em uma semana, no âmbito da contraofensiva de suas tropas, ao mesmo tempo que denunciou novos ataques das forças russas em outra área da frente de batalha.
O presidente ucraniano Volodimir Zelensky admitiu nesta segunda-feira que os combates da semana passada foram "difíceis", mas celebrou os "progressos" da contraofensiva.
Na Rússia, o Serviço Federal de Segurança (FSB) afirmou que impediu um atentado com bomba supostamente preparado pela Ucrânia para matar o governador pró-Moscou da Crimeia, a península anexada em 2014.
As tropas ucranianas iniciaram no mês passado uma grande operação com o objetivo de retomar os territórios ocupados pela Rússia, mas os avanços continuam limitados, tanto pela intensa defesa russa como pela falta de aviação e peças de artilharia.
No sul, "o território liberado aumentou em 28,4 km2", o que eleva a 158 quilômetros quadrados a superfície total reconquistada nesta região desde o início da contraofensiva", declarou a vice-ministra da Defesa, Ganna Maliar.
No leste, onde os soldados ucranianos lutam ao redor da cidade devastada de Bakhmut, os avanços de Kiev foram de apenas nove quilômetros quadrados, de acordo com a vice-ministra.
"O inimigo resiste com força, está acontecendo uma batalha muito dura", destacou Maliar. Nos últimos meses, Moscou preparou linhas de defesa com trincheiras e campos minados.
No outro lado da frente de batalha, o exército russo executou ataques contra Avdiivka, Mariinka e Lyman e, no fim de semana, contra a localidade de Svatove.
Todas as áreas ficam na frente leste, onde também acontecem "combates ferozes", disse Maliar no domingo.
O FSB anunciou nesta segunda-feira a detenção de um homem acusado de tentativa de assassinato com uma bomba do governador pró-Rússia da Crimeia, Serguei Aksionov.
De acordo com as autoridades russas, o detido foi "recrutado por oficiais do SBU", o serviço de segurança ucraniano, e tem "formação em inteligência subversiva na Ucrânia, incluindo o uso de explosivos".
Desde o início da invasão em fevereiro de 2022, várias autoridades da ocupação russa na Ucrânia morreram ou foram feridas em ataques que Moscou atribui a Kiev.
- Tensão -
A lentidão da contraofensiva ucraniana provoca tensões e o presidente Zelensky criticou no sábado os aliados ocidentais pela demora no treinamento dos pilotos ucranianos no uso dos caças F-16.
"Não há um calendário para as missões de treinamento. Alguns aliados estão demorando. Por quê? Não sei", afirmou.
O comandante das Forças Armada da Ucrânia, Valery Zaluzhny, declarou na sexta-feira em uma entrevista ao jornal Washington Post que os planos da contraofensiva foram prejudicados pela falta de armas adequadas, de aviões de combate modernos até munições de artilharia.
O comandante do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, general Mark Milley, respondeu que Washington e os aliados estão fazendo todo o possível para enviar o que a Ucrânia precisa.
Na próxima semana os membros da Otan se reúnem em Vilnius (Lituânia) para buscar uma posição comum sobre as garantias de segurança que estão dispostos a conceder à Ucrânia, na ausência de uma promessa de adesão à Aliança Atlântica.
Nas últimas semanas, a Ucrânia pediu "clareza" sobre suas perspectivas de adesão à Otan e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, advertiu que Kiev não receberá um tratamento preferencial.
F.Schneider--HHA