Hamburger Anzeiger - Minerva sofre com obstáculos na compra de três frigoríficos da Marfrig no Uruguai

Minerva sofre com obstáculos na compra de três frigoríficos da Marfrig no Uruguai
Minerva sofre com obstáculos na compra de três frigoríficos da Marfrig no Uruguai / foto: Mariana SUAREZ - AFP

Minerva sofre com obstáculos na compra de três frigoríficos da Marfrig no Uruguai

Produtores rurais, defensores do consumidor e vendedores de carne apresentaram uma ação perante o órgão regulador da concorrência do Uruguai para impedir um negócio entre as brasileiras Minerva e Marfrig que concederia à primeira o controle do abate de carne do país.

Tamanho do texto:

O movimento "Un Solo Uruguay" (Um só Uruguai, em espanhol), a Liga Uruguaia de Defesa do Consumidor e a União de Vendedores de Carne (UVC) entraram com uma ação legal coletiva na segunda-feira (19) perante a Comissão de Promoção e Defesa da Concorrência (Coprodeco), alegando que a compra pela Minerva de três frigoríficos de sua concorrente Marfrig no Uruguai terá um impacto negativo.

"Não é bom que uma única empresa passe a ter mais da metade do abastecimento", disse o presidente da UVC, Heber Falero, à AFP nesta terça-feira. "É contraproducente para um mercado de oferta e demanda".

A Minerva Foods, o maior exportador de carne bovina da América do Sul, anunciou em agosto passado a compra de 16 plantas de abate e desossa da rival Marfrig no Brasil, Argentina, Chile e Uruguai, em uma transação de R$ 7,5 bilhões que precisa ser aprovada pelos reguladores de cada país.

A Minerva, que opera no Uruguai desde 2011, adicionaria assim três frigoríficos (La Caballada, Establecimiento Colonia e Inaler) aos quatro que já possui no país (PUL, Frigorífico Carrasco, Frigorífico Canelones e BPU).

Se a compra for aprovada, a Minerva concentrará entre 50% e 60% do abate de carne no Uruguai, de acordo com estimativas de produtores, consumidores e açougueiros que se opõe à transação.

A Coprodeco, um órgão do Ministério da Economia que está analisando a legalidade do negócio desde novembro passado, informou nesta terça-feira (20) que iniciou a segunda etapa do processo, na qual solicita informações adicionais às partes e a terceiros.

Além do "Un Solo Uruguay", um movimento surgido em 2017 devido à perda de empregos por causa do fechamento de estabelecimentos agrícolas, consumidores e açougueiros, associações como a Associação Rural do Uruguai (ARU) e agências do governo, como o Instituto Nacional de Carnes (INAC), já manifestaram sua oposição à aquisição.

H.Eggers--HHA