Hamburger Anzeiger - Governo vai 'renovar' conselho da Petrobras em meio a críticas sobre intervencionismo

Governo vai 'renovar' conselho da Petrobras em meio a críticas sobre intervencionismo
Governo vai 'renovar' conselho da Petrobras em meio a críticas sobre intervencionismo / foto: Ricardo STUCKERT - Brazilian Presidency/AFP

Governo vai 'renovar' conselho da Petrobras em meio a críticas sobre intervencionismo

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai "renovar" o conselho de administração da Petrobras, em meio a críticas de intervencionismo do Executivo na petroleira, anunciou o ministro da Casa Civil, Rui Costa, nesta terça-feira (12).

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"É momento de renovar o conselho da Petrobras", declarou o ministro Costa à Globonews.

A petroleira estatal de capital aberto, controlada pelo Estado mas com acionistas privados, sofreu uma forte desvalorização na bolsa após a decisão do conselho de não distribuir dividendos extraordinários.

Suas ações caíram mais de 10% na sexta-feira e cerca de 2% na segunda-feira na Ibovespa, antes de se recuperarem nesta terça-feira (+3,28%).

Membros do governo defenderam a decisão do conselho, mas tentaram acalmar os investidores esclarecendo que os recursos que serão colocados em reserva (cerca de 43 bilhões de reais) podem ser distribuídos como dividendos no futuro.

"A distribuição dos lucros extraordinários será feita à medida que ficar claro para o conselho que isso não vai comprometer o plano de investimento da companhia", explicou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na noite de segunda-feira, após uma reunião com Lula e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, em Brasília.

Diante da reação do mercado, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou na segunda-feira que o governo "deve entender seus limites" e não comprometer "a independência" das empresas em que é acionista.

Rui Costa indicou, por sua vez, que os 11 conselheiros da petrolífera, bem como outros de várias estatais, serão substituídos para "oxigenar" essas estruturas de decisão. O ministro esclareceu que a medida não será imediata.

Lula, que voltou ao poder em 2023 após dois governos (2003-2010), criticou várias vezes a gestão dos lucros da Petrobras, que considera favorável aos acionistas em detrimento da sociedade brasileira.

"Se eu for atender apenas a choradeira do mercado você não faz nada porque o mercado é um rinoceronte, um dinossauro voraz, ele quer tudo para ele e nada para o povo", declarou o presidente à SBT na noite de segunda-feira.

Costa apontou que o presidente está "satisfeito" com os resultados da Petrobras e descartou uma saída de Prates, nomeado por Lula no ano passado.

W.Taylor--HHA