Hamburger Anzeiger - Manifestantes exigem fim de flares para queima de petróleo no Equador

Manifestantes exigem fim de flares para queima de petróleo no Equador
Manifestantes exigem fim de flares para queima de petróleo no Equador / foto: Rodrigo BUENDIA - AFP

Manifestantes exigem fim de flares para queima de petróleo no Equador

Uma centena de manifestantes, na maioria mulheres e indígenas amazônicos, exigiram, nesta quarta-feira (13), em frente à Corte Constitucional do Equador, o cumprimento de uma sentença que obriga o Estado a suspender a operação de 400 flares, onde se queima o gás resultante da extração de petróleo.

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Os flares estão com os dias contados desde 2021, quando a corte da província de Sucumbíos determinou que sua operação viola os direitos ambientais e prejudica a saúde da população.

No entanto, os manifestantes afirmam que a sentença da corte local não é cumprida e que os flares continuam emitindo labaredas em meio à floresta, afetando a vida moradores das províncias de Sucumbíos, Orellana, Pastaza e Napo.

A ação original foi apresentada por nove meninas de Sucumbíos e Orellana - mediante seus advogados -, reivindicando seu direito a viver em um ambiente saudável.

"O flare lança essa fumaça, que se espalha e, como nossa casa é de tábuas, a fumaça entra pelas janelas e pelo teto. Ela faz arder nossos olhos, nós a respiramos", contou à AFP Kerly Herrera, uma das demandantes, de 11 anos.

Ela afirma que sua avó morreu de câncer e agora sua tia sofre da mesma doença. "Sinto muita pena de vê-la, como está magrinha e perdendo cabelo", comentou.

Alguns manifestantes usavam máscaras de macacos e onças.

Aos gritos de "Justiça que tarda não é justiça", eles expressaram seu descontentamento com a Corte Constitucional, que ainda não examinou uma ação extraordinária de proteção para que os afetados recebam medidas de reparação.

"Este caso tem dois anos na Corte (Constitucional) e não se move para nada. Em dois anos, mais de 20 companheiras mulheres morreram de câncer em Sucumbíos", disse à AFP Pablo Fajardo, advogado encarregado do caso.

Segundo a petroleira estatal Petroecuador, entre janeiro de 2022 e março de 2023, a empresa desativou 112 flares, que funcionavam desde 1977.

O gás emitido pelos flares agora é transferido por gasodutos até estações onde é usado na geração de eletricidade e em sistemas de calefação.

No entanto, ativistas denunciam que novos flares apareceram.

"Viemos exigir que se cumpra a sentença (...), pois já passaram 30 meses desde que deviam ter executado a sentença, supunha-se que deviam ter eliminado mais de 400 flares", protestou Leonela Moncayo, outra jovem manifestante, de 13 anos.

Em 2020, a ONG Ação Ecológica registrou 447 flares operando na Amazônia equatoriana, de onde se extrai a maioria do petróleo, o principal produto de exportação do Equador.

A.Wulhase--HHA