Hamburger Anzeiger - Motim republicano na Câmara dos Representantes após aprovação do orçamento federal dos EUA

Motim republicano na Câmara dos Representantes após aprovação do orçamento federal dos EUA
Motim republicano na Câmara dos Representantes após aprovação do orçamento federal dos EUA / foto: ANDREW CABALLERO-REYNOLDS - AFP/Arquivos

Motim republicano na Câmara dos Representantes após aprovação do orçamento federal dos EUA

Uma congressista republicana ameaçou destituir o presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, por considerar como "traição" a aprovação do orçamento para o Estado federal nesta sexta-feira (22), que agora depende de uma votação no Senado para evitar a paralisação dos serviços públicos.

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A conservadora Marjorie Taylor Greene, apoiadora do ex-presidente Donald Trump, disse à imprensa que apresentou a "moção para anular" a adoção do orçamento, apoiado por Johnson, o que ela considera "uma traição ao povo americano" e aos "eleitores republicanos".

Embora não tenha estabelecido um calendário para a votação da destituição, considerou-a um "aviso", o que alimentou uma batalha interna entre os conservadores tradicionais e os trumpistas.

"Tenho respeito por ele como pessoa, mas ele não está fazendo o trabalho", disse Greene, que acredita que os congressistas poderão votar sobre o futuro de Johnson quando retornarem do recesso da Páscoa em duas semanas.

Após a aprovação na Câmara dos Representantes, o texto passa agora ao Senado, que tem até a meia-noite desta sexta para adotá-lo. Caso contrário, haverá cortes nos fundos para as administrações públicas e o seu consequente fechamento temporário, conhecido como "shutdown".

A lei contempla 1,2 trilhão de dólares (5,97 trilhões de reais) em financiamento.

Os legisladores costumam chegar a um acordo de última hora, mas desta vez já alertaram algumas autoridades para um risco real de paralisia, dada a incerteza sobre a votação no Senado.

"Vamos terminar o trabalho hoje", pediu o líder da maioria democrata no Senado, Chuck Schumer.

- Militares -

A lista de consequências do "shutdown" é longa: militares e agentes de segurança não recebem seus salários, os escritórios públicos e parques nacionais permanecem fechados, ajuda alimentar não chega ao seu destino, entre outras.

É uma situação extremamente impopular cujos efeitos serão sentidos já no início da próxima semana.

Os Estados Unidos estão emperrados há meses sem adotar uma lei orçamentária definitiva que cubra todo o ano fiscal de 2024, que termina em 30 de setembro, em meio a disputas entre os democratas do presidente Joe Biden e alguns republicanos que defendem uma ortodoxia muito estrita.

São 1.012 páginas fruto de negociações difíceis, que também contêm muitas medidas diplomáticas.

Até o momento, o Congresso adotou uma série de leis secundárias para prolongar o orçamento federal por alguns dias, ou no máximo alguns meses.

Assim que um destes mini-orçamentos estiver prestes a expirar, como acontecerá nesta sexta-feira, existe o risco de paralisação parcial da administração federal.

- Financiamento da UNRWA -

O projeto de lei proíbe todo financiamento direto dos Estados Unidos à agência da ONU para os refugiados palestinos, a UNRWA, que esteve no centro de uma controvérsia desde que Israel acusou, em janeiro, 12 de seus 30.000 funcionários de estarem envolvidos no ataque do Hamas em 7 de outubro.

A medida foi amplamente criticada pela ala esquerda do Partido Democrata.

"Votarei contra este projeto de lei que proíbe a ajuda às crianças de Gaza que morrem de fome", anunciou o congressista Ro Khanna em uma mensagem na rede social X.

O texto também destina fundos para Taiwan, bem como há medidas sobre imigração, um tema explosivo na campanha eleitoral.

A iniciativa prevê a contratação de dezenas de milhares de agentes para a patrulha de fronteira.

Para finalizar o orçamento, o projeto de lei incorpora uma série de medidas, como a proibição das embaixadas americanas de hastear a bandeira arco-íris da comunidade LGBTQIA+, algo que algumas costumavam fazer em datas específicas.

Um texto aprovado em 9 de março já havia garantido outra parte do orçamento de 2024.

X.Nguyen--HHA