Hamburger Anzeiger - Manifestantes marcham na Suécia antes de apresentação de cantora israelense em festival

Manifestantes marcham na Suécia antes de apresentação de cantora israelense em festival

Manifestantes marcham na Suécia antes de apresentação de cantora israelense em festival

Milhares de manifestantes saíram em passeata nesta quinta-feira (9) na cidade sueca de Malmö para protestar contra a participação de Israel no festival Eurovision.

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A manifestação reuniu entre 10 mil e 12 mil pessoas, segundo a polícia, e aconteceu horas antes da apresentação da intérprete israelense Eden Golan nas semifinais do popular festival de música.

Os participantes agitavam bandeiras palestinas e cartazes que criticavam a União Europeia de Radiodifusão (UER), que organiza o festival. "A UER legitima o genocídio", "Não se pode fazer uma lavagem cor-de-rosa no colonialismo", bradavam alguns deles, em um dia que colocou tensão neste evento de música kitsch e pop no qual competem artistas de 26 países.

Em 2022, a UER fechou as portas para a Rússia por causa da invasão à Ucrânia.

Em outro bairro da cidade, uma centena de pessoas se reuniu sob forte proteção policial para celebrar a participação de Israel.

A cantora Eden Golan, que recebeu ameaças nas redes sociais, participa da segunda semifinal, para tentar chegar à última rodada da competição, que será realizada no sábado às 16h (horário de Brasília).

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, desejou sorte à cantora e disse que ela já havia vencido por resistir aos protestos, que descreveu como "uma onda horrível de antissemitismo".

- 'Neutralidade' difícil -

Croácia, Suíça e Ucrânia são as favoritas da competição, com propostas artísticas originais. Dentro da Arena Malmö, a organização proibiu, como de costume, qualquer bandeira que não seja de um país participante e cartazes com mensagens políticas.

Para respeitar a neutralidade da disputa, a UER proibiu no ano passado que o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, tomasse a palavra. Essa neutralidade foi desafiada na primeira semifinal pelo cantor sueco Éric Saade, que usou no braço um lenço palestino. A UER e a emissora pública sueca SVT lamentaram o gesto e insistiram em que o evento é apolítico.

Para os fãs da competição, que deve atrair um público de até 100 mil pessoas à arena, "o importante é o que está no palco, e não a política", disse o professor Andreas Önnerfors, especialista no concurso, que existe há quase 70 anos. "O Eurovision é uma amostra de tolerância europeia que não se encontra sob outras formas nem em outros lugares."

- Medidas de segurança -

Este ano, o conflito na Faixa de Gaza ofuscou a guerra na Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022. "Tem que haver manifestações, as pessoas têm que expressar suas opiniões, têm que boicotar", disse à AFP Magnus Børmark, um candidato norueguês com seu grupo Gåte, que, como outros oito participantes, pediu um cessar-fogo duradouro em Gaza.

Alguns membros da comunidade judaica planejam deixar a cidade no fim de semana. "Com o Eurovision, há uma espécie de intensificação. O sentimento de insegurança aumentou depois de 7 de outubro", quando um ataque mortal do Hamas em Israel desencadeou a guerra, "e muitos judeus estão preocupados", explicou um dos seus porta-vozes, Fredrik Sieradzki.

Segundo Sieradzki, as manifestações pró-palestinos não foram diretamente dirigidas aos judeus da cidade, mas a segurança em torno da sinagoga foi reforçada.

E.Gerber--HHA