Hamburger Anzeiger - Tribunal francês exibirá imagens dos estupros de Gisèle Pelicot a portas fechadas

Tribunal francês exibirá imagens dos estupros de Gisèle Pelicot a portas fechadas
Tribunal francês exibirá imagens dos estupros de Gisèle Pelicot a portas fechadas / foto: Christophe Simon - AFP

Tribunal francês exibirá imagens dos estupros de Gisèle Pelicot a portas fechadas

O tribunal de Avignon, no sul da França, decidiu nesta sexta-feira (20) que vai exibir a portas fechadas as imagens dos estupros de Gisèle Pelicot, uma restrição criticada pela principal vítima, que deseja que a "sociedade" mude.

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A mulher, de 71 anos, foi drogada durante uma década pelo então marido Dominique Pelicot para estuprá-la junto com dezenas de estranhos. Este homem e outros 50 enfrentam agora a possibilidade de uma pena de 20 anos de prisão durante o julgamento em curso.

Embora, nos últimos dois dias, o tribunal tenha exibido as primeiras imagens e vídeos dos estupros, sem plateia mas com a presença da imprensa, seu presidente, Roger Arata, decidiu que a partir de agora a exibição acontecerá a portas fechadas.

Apenas magistrados, advogados, réus e partes civis poderão visualizar os vídeos e fotos, que Dominique Pelicot gravou entre 2011 e 2020, desde que uma ou mais partes o solicitem.

Arata justificou a sua decisão pelo caráter "indecente e chocante" das imagens, mas os advogados de Gisèle Pelicot e a sua família lamentaram estas restrições, das quais não podem recorrer.

"É preciso ter a coragem de enfrentar" a realidade do estupro neste processo que "deve mudar a sociedade", afirmou nesta sexta-feira Stéphane Babonneau, um dos advogados da principal vítima.

"Não há necessidade de temer enfrentar o estupro, como fez Gisèle Pelicot quando decidiu assistir a esses vídeos pela primeira vez", já que o julgamento está acontecendo "de maneira pública", disse à imprensa durante um intervalo.

Este julgamento, um símbolo de violência sexista e da submissão química, despertou forte interesse internacional, especialmente quando a vítima principal rejeitou que fosse realizado a portas fechadas para que "a vergonha mude de lado".

R.Hansen--HHA