Hamburger Anzeiger - Homenagens e condolências pela morte do jornalista da AFP na Ucrânia

Homenagens e condolências pela morte do jornalista da AFP na Ucrânia
Homenagens e condolências pela morte do jornalista da AFP na Ucrânia / foto: Yasuyoshi CHIBA - AFP/Arquivos

Homenagens e condolências pela morte do jornalista da AFP na Ucrânia

A morte na Ucrânia do jornalista da AFP Arman Soldin, de 32 anos, em um ataque com foguetes, suscitou nesta quarta-feira(10) uma onda de mensagens de condolências e de reconhecimento a seu "talento" e "coragem".

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Soldin perdeu a vida nesta terça-feira em um ataque com foguetes no leste da Ucrânia, perto da cidade de Bakhmut, epicentro dos combates nos últimos meses entre as forças russas e ucranianas.

A ministra francesa de Relações Exteriores, Catherine Colonna, rendeu homenagem nesta quarta à "coragem" de Soldin e qualificou seu trabalho como "essencial" para conhecer os fatos em torno da guerra na Ucrânia.

O ministro da Cultura ucraniano, Oleksandr Tkachenko, culpou a Rússia por sua morte e afirmou que os responsáveis devem prestar contas.

"Nossas condolências à família e amigos de Arman, e gratidão por sua coragem", disse em uma mensagem publicada nas redes sociais.

Pavlo Kirilenko, líder da região de Donetsk, onde o jornalista morreu, expressou condolências a seus familiares e amigos, e agradeceu a "todos os que, arriscando suas vidas, seguem contando a verdade sobre nossa guerra".

- "Grande perda" -

"Estamos todos consternados", declarou nesta quarta o diretor de Informação da Agence France-Presse, Phil Chetwynd.

"Arman era muito querido por todos seus colegas" e "sua morte (...) é terrivelmente dolorosa para todos nós", afirmou.

A diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, pediu "uma investigação para esclarecer as circunstâncias de sua morte".

Soldin estava junto com quatro colegas, que saíram ilesos do ataque. A equipe estava perto de militares ucranianos, quando se viu sob os foguetes Grad.

Todos se jogaram no chão para tentar se proteger, mas Soldin foi alcançado pelos projéteis.

Arman Soldin nasceu na Bósnia e Herzegovina e uma vez disse que gostaria de contar histórias de pessoas deslocadas por conflitos, devido à experiência de sua própria família ao fugir da guerra.

O membro bósnio da presidência tripartite do país, Denis Becirovic, condenou o assassinato de Soldin, qualificando sua morte como "grande perda" e de "dolorosa lembrança" dos riscos enfrentados pelos jornalistas no front.

O governo da Rússia expressou sua "tristeza" pela morte de Soldin. "Devemos entender as circunstâncias da morte deste jornalista", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

- "Dívida com Arman" -

O presidente francês, Emmanuel Macron, elogiou a "coragem" de Arman, que "desde as primeiras horas do conflito estava no front para mostrar os fatos".

O Ministério da Defesa ucraniano destacou um jornalista que queria "informar a verdade ao mundo", enquanto o governo britânico elogiou o trabalho "vital" de Soldin na Ucrânia.

A Casa Branca afirmou que "o mundo tem uma dívida com Arman".

Jornalista experiente, Soldin foi correspondente em Londres e era coordenador de vídeo na Ucrânia desde setembro de 2022. Regularmente seguia para o front de batalha.

Quando a Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022, Soldin se ofereceu para ser um dos primeiros enviados especiais da AFP.

Ele está entre os pelo menos 11, entre repórteres, guias e motoristas de jornalistas, que morreram na Ucrânia desde o começo da invasão russa, em 24 de fevereiro de 2022, segundo uma recontagem das ONGs especializadas Repórteres sem Fronteiras (RSF) e o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ).

H.Eggers--HHA