Centenas de foguetes são lançados de Gaza contra Israel após novos ataques
Centenas de foguetes foram lançados nesta quarta-feira (10) da Faixa de Gaza contra Israel, após ataques israelenses que deixaram mais de 20 mortos desde terça-feira no território palestino, na pior escalada da violência em meses.
Sirenes de alerta foram acionadas no região de Tel Aviv, constatou uma jornalista da AFP, e também foram ouvidas nas cidades de Sderot, Ashdod e Ashkelon.
Segundo a diplomacia israelense, mais de 270 foguetes foram lançados de Gaza.
Os grupos armados em Gaza reivindicaram em uma nota conjunta ter lançado "centenas de foguetes" contra Israel, prometendo ao "inimigo" "dias escuros" em caso de escalada. "A resistência está pronta para todas as opções", asseguraram.
O Ministério palestino da Saúde em Gaza informou seis mortes em ataques israelenses. Na véspera, foram 15, incluindo quatro crianças, segundo a mesma fonte.
O exército de Israel anunciou que bombardeou uma base de lançamento de foguetes da Jihad Islâmica, depois de atacar integrantes do movimento palestino em Khan Yunes, no sul do território.
A Jihad Islâmica, considerada um grupo "terrorista" por Israel, União Europeia e Estados Unidos, informou que vários integrantes do grupo morreram na terça-feira nestes bombardeios, pessoas que o exército do Estado hebreu descreveu como líderes do movimento envolvidos em operações anti-israelenses.
O exército de Israel informou que nesta quarta-feira alvejou uma base de lançamento de foguetes do movimento, depois de ter atacado membros do grupo.
Quatro dos mortos nesta quarta eram combatentes da Frente Popular para a Libertação da Palestina, informou o grupo em nota.
Entre as vítimas fatais também está uma menina de 10 anos, cujo corpo foi visto por um jornalista da AFP no hospital Shifa de Gaza.
- "O pior"-
A Faixa de Gaza, um território palestino estreito e muito pobre, tem 2,3 milhões de habitantes. O local é governado pelo movimento islâmico Hamas desde 2007 e está sob bloqueio de Israel. Desde 2008 foi cenário de várias guerras com Israel.
Nesta quarta-feira, os estabelecimentos comerciais de Gaza permaneceram fechados e Monther Abdullah, morador do território, afirmou que a população "espera o pior".
"Eu sinto que uma guerra se aproxima. Há tensão e medo, seja aqui ou lá (em Israel)", declarou à AFP o palestino de 50 anos.
Os habitantes da região do enclave palestino se refugiaram em abrigos e as escolas foram fechadas em um raio de 40 quilômetros ao redor do território, segundo a rádio pública israelense.
Amos Guetta, um morador de Askhelon, de 58 anos, disse que estava "angustiado e satisfeito por algo ter sido feito para impedir" os disparos de foguetes.
"Estamos preparados para uma possível operação reforçada e ataques intensos em Gaza", afirmou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em uma reunião com autoridades no sul de Israel.
A Liga Árabe, que realizou uma reunião extraordinária sobre o tema, condenou "com veemência" os "crimes generalizados israelenses".
Na semana passada, foguetes foram disparados entre grupos de Gaza e Israel, após a morte de um líder do movimento islâmico que passou mais de 80 dias em greve de fome em uma penitenciária israelense.
- Dois mortos na Cisjordânia -
O ministério palestino da Saúde identificou as vítimas fatais como Ahmed Jamal Tawfiq Assaf, 19 anos, e Rani Walid Ahmed Qatanat, 24, e informou que eles foram "mortos por tiros da ocupação israelense" na localidade de Qabatiya.
Além disso, um adolescente de 17 anos, ferido por tiros no peito e no abdome, está em condição crítica, segundo o ministério.
O exército de Israel afirmou em um comunicado que "agressores abriram fogo a partir de um veículo contra soldados" durante uma operação.
O governo dos Estados Unidos pediu uma "desescalada" a todas as partes e o emissário da ONU, Tor Wennesland, chamou de "inaceitável" a morte de civis na Faixa de Gaza.
Desde o início do ano, 132 palestinos morreram, assim como 19 israelenses, uma ucraniana e um italiano no conflito israelense-palestino, de acordo com um balanço da AFP baseado nos números oficiais divulgados pelas duas partes.
E.Bekendorp--HHA