Hamburger Anzeiger - Conflito entre Armênia e Azerbaijão ameaça diálogo de paz

Conflito entre Armênia e Azerbaijão ameaça diálogo de paz
Conflito entre Armênia e Azerbaijão ameaça diálogo de paz / foto: توفيق باباييف - ا ف ب/AFP

Conflito entre Armênia e Azerbaijão ameaça diálogo de paz

Um soldado azerbaijano morreu nesta quinta-feira (11) em novos combates na fronteira do Azerbaijão com a Armênia, uma retomada do conflito que ameaça o diálogo promovido pela União Europeia (UE) para tentar solucionar a disputa entre os dois países do Cáucaso sobre o enclave de Nagorno-Karabakh.

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O incidente aconteceu antes de uma reunião programada para o fim de semana em Bruxelas entre o primeiro-ministro da Armênia, Nikol Pashinyan, e o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev.

O encontro foi organizado após um diálogo intenso de quatro dias entre representantes dos dois países nos Estados Unidos. O chefe da diplomacia de Washington, Antony Blinken, indicou que o encontro produziu avanços "concretos".

A Rússia, que mediou o cessar-fogo entre Armênia e Azerbaijão na guerra de 2020, pediu "moderação" para as duas nações.

Um comunicado divulgado nesta quinta-feira pelo ministério da Defesa do Azerbaijã afirma que "um militar do exército azerbaijano morreu em consequência da provocação das forças armênias".

Antes, o ministério acusou a Armênia de atirar com "armas de grosso calibre" contra suas posições na fronteira.

A Armênia, por sua vez, informou que quatro militares do país ficaram feridos nos combates, que o país atribui ao Azerbaijão.

O ministério da Defesa da Armênia informou que as forças do Azerbaijão atacaram as posições armênias na região de Sotk, no leste do país.

As duas ex-repúblicas soviéticas travaram duas guerras, a primeira no início da década de 1990 e a outra em 2020, pelo controle do enclave montanhoso de Nagorno-Karabakh, que tem população de maioria armênia, mas que fica no território do Azerbaijão.

Os dois conflitos mataram milhares de pessoas. O segundo terminou com o cessar-fogo mediado pela Rússia.

O primeiro-ministro armênio acusou nesta quinta-feira o Azerbaijão de tentar "minar o diálogo" em Bruxelas, mas disse que continua disposto a viajar.

"Não mudei de ideia sobre viajar a Bruxelas", afirmou. No entanto, ele acrescentou que há "poucas" chances de um acordo de paz com o Azerbaijão no encontro.

As tensões, sempre latentes, se intensificaram quando o governo do Azerbaijão anunciou em 23 de abril a instalação de um posto de controle rodoviário na entrada do corredor de Lachin, o único eixo que liga a Armênia com Nagorno-Karabakh.

Este enclave está sob bloqueio há meses, o que provoca escassez de produtos e apagões.

P.Meier--HHA