Hamburger Anzeiger - Ucrânia afirma que derrubou série de mísseis russos antes de visita do emissário chinês

Ucrânia afirma que derrubou série de mísseis russos antes de visita do emissário chinês
Ucrânia afirma que derrubou série de mísseis russos antes de visita do emissário chinês / foto: Sergei SUPINSKY - AFP

Ucrânia afirma que derrubou série de mísseis russos antes de visita do emissário chinês

O governo da Ucrânia afirmou nesta terça-feira (16) que derrubou uma série de bombas e mísseis russos durante a noite, incluindo seis mísseis hipersônicos Kinzhal, poucas horas antes da visita de um emissário chinês a Kiev.

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A Rússia, no entanto, se apressou a desmentir as afirmações e insistiu que atingiu "todos os alvos", que incluíam "posições do exército ucraniano", depósitos de munições e de armas ocidentais.

Moscou também anunciou que destruiu um sistema antiaéreo americano Patriot e que interceptou sete mísseis britânicos Storm Shadow.

"Outro sucesso incrível da Força Aérea ucraniana! Durante a noite, nossos defensores do céu derrubaram SEIS mísseis hipersônicos russos Kinzhal e outros 12 mísseis", escreveu no Twitter o ministro da Defesa, Oleksiy Reznikov.

Os mísseis Kinzhal já foram descritos pelo presidente russo, Vladimir Putin, como "invencíveis" porque atingem a velocidade hipersônica, que desafia a maioria dos sistemas de defesa aéreos.

Durante a noite, correspondentes da AFP observaram a defesa antiaérea ucraniana em ação, iluminando o céu de Kiev para destruir os mísseis russos.

A Ucrânia anunciou na semana passada que havia derrubado pela primeira vez um míssil Kinzhal, graças ao potente sistema antiaéreo americano Patriot que Kiev recebeu em abril.

De acordo com o comandante do Estado-Maior ucraniano, Valeri Zaluzhni, a Rússia atacou o país "a partir do norte, sul e leste" com mísseis Kinzhal, mísseis de cruzeiro Kalibr, mísseis antiaéreos S-400, mísseis balísticos Iskander e drones de fabricação iraniano.

"Todos foram destruídos", afirmou no Telegram.

- Visita do emissário chinês -

"Foi algo excepcional por sua densidade, um número máximo de mísseis em um período curto", afirmou a administração militar de Kiev.

Alguns destroços caíram em bairros de Kiev e três pessoas ficaram feridas, segundo o prefeito da cidade, Vitali Klitschko.

A série de mísseis foi lançada poucas horas antes da chegada a Kiev do emissário chinês Li Hui para uma visita de dois dias.

O representante especial do ministério das Relações Exteriores da China para questões da Europa e Ásia, que já foi embaixador em Moscou, pretende discutir uma "solução política" para o conflito ucraniano.

A viagem também o levará à Polônia, França, Alemanha e Rússia.

A China, aliada da Rússia, nunca criticou publicamente a invasão das tropas de Moscou à Ucrânia. Pequim apresentou um plano de 12 pontos para acabar com a guerra, que foi recebido com ceticismo pelos países ocidentais.

- "Armas novas e potentes" -

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, retornou ao país na segunda-feira, após uma viagem por várias nações europeias que rendeu promessas de armamento.

"Voltando para casa com (...) armas novas e potentes para a frente de batalha", declarou Zelensky em um vídeo dirigido aos compatriotas, após a viagem de três dias em que visitou Reino Unido, França, Alemanha e Itália.

Também na segunda-feira, o exército ucraniano reivindicou o "primeiro sucesso" em sua ofensiva ao redor da cidade de Bakhmut, epicentro dos combates há vários meses no leste da Ucrânia e atualmente controlada em 90% pelos soldados de Moscou.

O presidente ucraniano, no entanto, destacou que o exército precisa de mais tempo para preparar uma contraofensiva de grande alcance contra as tropas de Moscou.

Durante a visita de Zelensky, o Reino Unido prometeu que enviará mísseis antiaéreos e drones de ataque de longo alcance à Ucrânia, que serão adicionados aos mísseis de cruzeiro de longo alcance Storm Shadow.

Zelensky também se declarou "muito otimista" sobre a entrega de caças, que muitos países europeus se negaram a fornecer até o momento.

O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou na segunda-feira que "abriu a porta para o treinamento de pilotos" ucranianos ao lado de outros países europeus, mas acrescentou que a entrega de caças a Kiev continua sendo "um debate teórico".

Na frente diplomática, os líderes dos 46 países do Conselho da Europa participam em uma reunião nesta terça-feira na Islândia com o objetivo de mostrar unidade contra Moscou.

Ao mesmo tempo, a prorrogação do acordo de exportação de grãos da Ucrânia ainda é incerta e o Kremlin afirma que há "muitas perguntas" que devem ser respondidas.

A.Wulhase--HHA