Otan acha possível conciliar adesão da Suécia até julho; para EUA, 'momento chegou'
A decisão sobre a entrada da Suécia na Otan é "absolutamente possível" de ocorrer até a cúpula da organização, prevista para julho na Lituânia, afirmou, nesta terça-feira (30), na Noruega, o secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg.
No mesmo dia, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, expressou sua esperança na integração do país europeu à Otan a tempo da reunião.
As declarações ocorrem dois dias depois da reeleição de Recep Tayyip Erdogan, contrário à candidatura sueca, à Presidência da Turquia, país-membro da Otan.
"Não há garantias, mas é absolutamente possível alcançar uma solução que assegure a decisão sobre uma adesão plena" antes da cúpula, disse Stoltenberg durante uma coletiva de imprensa em Oslo.
A capital norueguesa recebe, esta semana, uma reunião informal de ministros das Relações Exteriores dos países-membros da Otan.
Segundo o líder da organização, existe agora uma "janela" de oportunidade, "em particular, após as eleições turcas e com a constituição do Parlamento turco". "Claro que é possível", enfatizou.
Turquia e Hungria são os únicos dos 31 membros da Otan que ainda não ratificaram a adesão da Suécia à Aliança Atlântica.
Também nesta terça, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse, em visita à Suécia, que chegou a hora de o país entrar na organização.
"Chegou o momento de finalizar a adesão da Suécia" à Otan, disse Blinken durante coletiva de imprensa conjunta com o premiê sueco, Ulf Kristersson, na cidade de Lulea (norte).
"Instamos tanto a Turquia como a Hungria a ratificarem a adesão o quanto antes", disse Blinken. "Não há razão para mais tempo. A Suécia já está preparada", acrescentou.
"Esperamos que este processo seja concluído nas próximas semanas. Não temos nenhuma dúvida de que pode ser, deve ser e esperamos que seja", destacou Blinken, sem assegurar se o processo será concluído antes da cúpula da Otan.
Os suecos tinham inicialmente a aspiração de entrarem na Otan ao mesmo tempo que a Finlândia, que se tornou oficialmente o 31º membro da aliança militar em 4 de abril.
Com o início da invasão russa à Ucrânia, em fevereiro de 2022, os dois países nórdicos decidiram, no ano passado, abandonar sua neutralidade tradicional, preocupados com sua segurança.
Erdogan, que foi reeleito para um novo mandato presidencial de cinco anos no último domingo, bloqueou a candidatura sueca e acusou Estocolmo de dar refúgio a membros da oposição turca e ativistas curdos de movimentos considerados "terroristas" por Ancara.
Stoltenberg disse ter mantido "contatos constantes com as autoridades turcas" para tentar superar os últimos obstáculos para a adesão sueca.
Como o Parlamento turco está em processo de constituição em Ancara, o chanceler turco não participará da reunião. O encontro serve de preparação para a cúpula de Vilnius, prevista para os dias 11 e 12 de julho.
F.Carstens--HHA