Zanin, advogado de Lula na Lava Jato, será ministro do STF
O Senado aprovou, nesta quarta-feira (21), a indicação de Cristiano Zanin, advogado que defendeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na operação Lava Jato, para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
A candidatura de Zanin foi aprovada com 58 votos a favor e 18 contra, após um longo interrogatório de oito horas diante dos senadores, em que Zanin afirmou que agirá no STF "sem qualquer tipo de subordinação" a Lula.
"A questão da imparcialidade para mim é fundamental e um elemento estruturante da própria justiça", declarou o jurista.
Zanin havia passado pouco antes com folga em uma votação na Comissão de Constituição e Justiça do Senado.
O advogado de 47 anos, nascido em Piracicaba, São Paulo, é especialista em direito civil e processual. Ganhou notoriedade ao assumir a defesa de Lula nos processos criminais da operação Lava Jato desde 2013.
Condenado e preso nas investigações por corrupção por 580 dias entre 2018 e 2019, o presidente foi absolvido no STF graças a recursos promovidos por Zanin.
A mais alta corte, formada por 11 ministros, tinha uma vaga disponível desde abril, quando se aposentou o ex-ministro Ricardo Lewandowski, ao completar 75 anos.
Ao nomeá-lo em 2 de junho, Lula ressaltou as qualidades de Zanin "como advogado, como chefe de família e" por sua "formação". "Ele será um excepcional ministro", garantiu.
Durante a campanha eleitoral que o elegeu presidente em outubro, Lula havia criticado a ideia de se ter amigos no STF.
"Não é prudente, não é democrático, um presidente da República querer ter os ministros da Suprema Corte como amigos", disse em um debate na TV.
Zanin poderá integrar o STF até 2050, de acordo com a regra que obriga a aposentadoria dos ministros aos 75 anos de idade.
J.Fuchs--HHA