EUA lamenta morte de soldados armênios em Nagorno-Karabakh durante negociações
Os Estados Unidos lamentaram, nesta quarta-feira (28), a morte de quatro soldados armênios em Nagorno-Karabakh por disparos azeres, mas assegurou que as negociações em Washington continuam.
Após as mortes, o primeiro-ministro da Armênia, Nikol Pachinian, advertiu sobre um "alto risco de desestabilização no sul do Cáucaso".
O Azerbaijão e as forças separatistas armênias, apoiadas militarmente por Erevan, se enfrentaram em duas guerras, uma após a dissolução da União Soviética e outra no final de 2020.
No primeiro conflito, que causou 30.000 mortes, os separatistas assumiram o controle de Nagorno-Karabakh e outras zonas de transição ao redor desse território montanhoso.
No segundo, com 6.500 falecidos, o Azerbaijão retomou o controle dessas áreas e de boa parte da região disputada.
Patrocinado por Moscou, foi assinado um cessar-fogo e um contingente de soldados de paz russos foram enviados para a região, mas as negociações para assinar um tratado de paz não avançaram.
Nesse contexto, Washington patrocina e acolhe as negociações que ocorrem a portas fechadas perto da capital americana até quinta-feira.
"Estamos profundamente consternados com a perda de vidas em Nagorno-Karabakh e expressamos condolências às famílias de todos os mortos", declarou à imprensa o porta-voz adjunto do Departamento de Estado, Vedant Patel.
Acrescentou que isso justificava um "diálogo direto" entre os dois países sobre essa disputada região, para alcançar uma "paz duradora".
Quanto a se as mortes dos soldados terão repercussão nas negociações, respondeu que não havia "nenhuma mudança no calendário" e confirmou que as reuniões entre ambas as partes ocorreriam nesta quarta-feira.
O funcionário também qualificou como "construtivas" as conversas de ontem entre o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, e seus homólogos armênio e azere, Ararat Mirzoian e Djeyhoun Baeramov, respectivamente.
F.Carstens--HHA