Hamburger Anzeiger - China veta alimentos de municípios japoneses por despejo de água de Fukushima

China veta alimentos de municípios japoneses por despejo de água de Fukushima
China veta alimentos de municípios japoneses por despejo de água de Fukushima / foto: Philip FONG - AFP/Arquivos

China veta alimentos de municípios japoneses por despejo de água de Fukushima

A autoridade alfandegária da China anunciou nesta sexta-feira (7) que proibirá a importação de alimentos de 10 municípios japoneses devido ao plano de Tóquio de despejar no oceano água tratada da central nuclear de Fukushima.

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O organismo informou que "proibirá a importação de alimentos de 10 prefeituras do Japão, incluindo Fukushima", por motivos de segurança e que vai medir a radiação dos produtos procedentes do restante do arquipélago nipônico.

"A Alfândega da China manterá um nível elevado de vigilância", afirma um comunicado que não divulga os nomes dos municípios afetados.

O plano japonês de despejar durante décadas a água armazenada na central nuclear devastada foi aprovado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

O projeto deve começar em breve, mas tem a rejeição de alguns países vizinhos, em particular a China, e de alguns moradores de Fukushima, como as comunidades pesqueiras que temem perder os clientes pelo temor da radiação.

O ministério das Relações Exteriores da China afirmou na quinta-feira que o relatório favorável da AIEA não pode ser considerado um "sinal verde" para o plano de Tóquio e fez um alerta contra os riscos desconhecidos para a saúde humana.

Desde o acidente nuclear de 2011, provocado por um terremoto e um tsunami, 1,33 milhão de metros cúbicos de água subterrânea, da chuva e do sistema de refrigeração da usina foram acumulados na central.

A operadora da central (TEPCO) afirma que o sistema de tratamento de águas residuais elimina quase todos os radioisótopos, exceto o trítio, e que a água tratada e diluída não é diferente da despejada por outras usinas nucleares do mundo.

Os argumentos, no entanto, não convencem Pequim: "O Japão ainda tem muitos problemas a respeito da legitimidade do despejo no oceano, da confiabilidade do equipamento de purificação e ao monitoramento completo do plano", afirmou a Alfândega chinesa.

Ao mesmo tempo, o governo da Coreia do Sul afirmou nesta sexta-feira que o plano do Japão de liberar, após tratamento, a água acumulada na central de Fukushima terá "consequências insignificantes" para a sua população.

O projeto enfrenta grande oposição e protestos entre a população sul-coreana - muitas pessoas estocaram sal marinho porque temem a poluição do oceano.

Um estudo independente encomendado pelo governo de Seul, no entanto, afirma que o plano de Tóquio está de acordo ou até melhora as normas internacionais de resíduos nucleares, anunciou o ministro da Coordenação Política, Bang Moon-kyu.

A análise concluiu que o despejo de água terá "consequências insignificantes" na Coreia do Sul, afirmou o ministro.

De acordo com o estudo, a água liberada no oceano levará 10 anos para chegar à península coreana e isto acontecerá com um nível de radiação 100.000 vezes inferior, disse Moon-kyu.

Ch.Tremblay--HHA