Para Lula, declaração da reunião UE-Celac foi 'extremamente razoável'
A declaração final da reunião de cúpula entre a União Europeia (UE) e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) foi "extremamente razoável" e responde ao interesse de todos, afirmou nesta quarta-feira (19) o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.
O encontro de dois dias terminou com uma declaração conjunta de 10 páginas que faz uma leve menção à "guerra na Ucrânia" e, para frustração dos países europeus, não cita a Rússia.
Na visão de Lula, a reunião foi "extraordinária", onde se "discutiu os temas que deveriam se discutir, e se chegou a um documento extremamente razoável, do interesse de todos".
Apesar da grande pressão dos países europeus, os governantes da Celac atuaram para impedir que a primeira reunião de cúpula entre os dois blocos em oito anos virasse um encontro concentrado apenas na situação da Ucrânia.
Lula insistiu que estava em discussão "a visão de 60 países (27 da UE e 33 da Celac) e temos que entender que nem todo mundo concorda com a gente (...) Acredito que a discussão sobre a Ucrânia tomou o tempo correto".
O presidente brasileiro insistiu na necessidade de incentivar o fim do confronto entre russos e ucranianos. Também disse que é imperioso criar um grupo de países neutros capazes de dialogar tanto com a Ucrânia como com a Rússia.
Ao ser questionado se considerava prioritário que a Rússia retire suas tropas do território ucraniano, Lula opinou que o mais importante é o fim das hostilidades.
"A retirada é parte dos acordos de paz. Mas é necessário sentar à mesa (de negociações). O que nós queremos é que a guerra pare, esta é a condição 'sine qua non' para discutir a paz. Enquanto tiver tiro, não tem conversa possível", afirmou.
H.Brunner--HHA