Hamburger Anzeiger - Rússia realiza exercícios militares com disparos de mísseis no Mar Negro

Rússia realiza exercícios militares com disparos de mísseis no Mar Negro
Rússia realiza exercícios militares com disparos de mísseis no Mar Negro / foto: Handout - Ukraine Emergency Service/AFP

Rússia realiza exercícios militares com disparos de mísseis no Mar Negro

A Rússia anunciou nesta sexta-feira (21) que realizou exercícios militares com disparos de mísseis no Mar Negro, palco de crescentes tensões com a Ucrânia e seus aliados após o término de um acordo de exportação de grãos crucial para o abastecimento mundial de alimentos.

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As forças de Moscou também bombardearam o porto de Odessa, no sul da Ucrânia e as margens do Mar Negro, pela quarta noite consecutiva, atingindo silos de grãos, segundo as autoridades.

Após encerrar, na segunda-feira, o acordo que facilitava a exportação de cereais dos portos ucranianos do Mar Negro, a Rússia tem realizado ataques contra os armazéns de grãos e importantes infraestruturas nos portos da região, especialmente em Odessa e Mikolaiv.

"Os russos atacaram Odessa com mísseis de cruzeiro Kalibr a partir do Mar Negro", afirmou o governador regional, Oleg Kiper. De acordo com ele, as forças de Moscou "destruíram 100 toneladas de ervilhas e 20 toneladas de cevada", além de ferirem duas pessoas.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou que esses ataques estão tendo um "efeito negativo nos preços mundiais do trigo e do milho, prejudicando a todos, mas sobretudo as pessoas vulneráveis do sul do mundo".

- Exercícios militares -

Por sua vez, o Ministério da Defesa russo indicou que a Frota do Mar Negro "realizou disparos reais de mísseis de cruzeiro antinavios contra um navio usado como alvo no campo de treinamento de combate no noroeste do Mar Negro". A embarcação “foi destruída como resultado do impacto do míssil".

Navios e aviões do exército treinaram "ações para isolar a área temporariamente fechada à navegação e também realizaram um conjunto de medidas para deter o navio atacante", acrescentou.

Além disso, as forças navais da Rússia e da China conduziram exercícios conjuntos no Mar do Japão.

Na quarta-feira, o Kremlin advertiu que consideraria os cargueiros com destino à Ucrânia como possíveis alvos militares. Também anunciou o fechamento do tráfego em partes do noroeste e sudeste deste mar, que banha os dois países em guerra.

Em uma mensagem semelhante, a Ucrânia anunciou a proibição da navegação "na parte nordeste do Mar Negro e no Estreito de Kerch", perto da península da Crimeia.

Após o fim do acordo, Kiev disse estar preparado para continuar exportando grãos por via marítima e pediu à ONU e aos países vizinhos que estabeleçam um corredor seguro para a navegação.

- Bombas de fragmentação -

No front, as forças ucranianas começaram a usar as bombas de fragmentação fornecidas pelos Estados Unidos para tentar acelerar a lenta contraofensiva lançada por Kiev há um mês, afirmou a Casa Branca.

Os Estados Unidos entregaram recentemente, pela primeira vez, essas controversas armas a Kiev, que dispersam centenas de pequenos explosivos e são proibidas em vários países devido à ameaça que representam para civis.

As tropas ucranianas começaram a utilizá-las "na semana passada ou algo assim", disse na quinta-feira o porta-voz de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby. "Eles estão usando-as adequadamente, de forma eficaz, e estão impactando as formações e as manobras defensivas da Rússia", garantiu.

Desde junho, Kiev tem tentado recuperar grandes partes do território no sul e leste da Ucrânia, ainda ocupadas pela Rússia, mas a contraofensiva parece estar paralisada em longas seções da linha de frente.

Um alto assessor da presidência ucraniana reconheceu à AFP que esta operação será "longa e difícil".

Por sua vez, o presidente Vladimir Putin disse nesta sexta-feira que a contraofensiva ucraniana não trouxe "nenhum resultado" até o momento e que os "colossais recursos" em armas fornecidos à Ucrânia por seus aliados ocidentais não estão surtindo efeito.

Putin também alertou que Moscou usará "todos os meios" à sua disposição para proteger Belarus, seu aliado, de possíveis ataques. "Uma agressão contra Belarus será considerada uma agressão contra a Federação da Rússia", declarou durante uma reunião de seu Conselho de Segurança, transmitida pela televisão.

No campo diplomático, o presidente ucraniano Volodimir Zelensky destituiu seu embaixador no Reino Unido, Vadym Prystaiko, que algumas semanas atrás criticou seu "sarcasmo" ao reagir a declarações do ministro da Defesa britânico, Ben Wallace.

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F.Schneider--HHA