Hamburger Anzeiger - Sánchez espera silenciar pesquisas e vencer a direita no domingo na Espanha

Sánchez espera silenciar pesquisas e vencer a direita no domingo na Espanha
Sánchez espera silenciar pesquisas e vencer a direita no domingo na Espanha / foto: JAVIER SORIANO - AFP

Sánchez espera silenciar pesquisas e vencer a direita no domingo na Espanha

No poder há cinco anos, o presidente de governo da Espanha, o socialista Pedro Sánchez, tenta dar um último empurrão em sua campanha para desmentir as pesquisas que preveem uma vitória da direita nas eleições legislativas de domingo (23).

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"Vamos vencer as eleições e vamos ganhar redondamente!", exclamou Sánchez nesta sexta-feira (21) no ato de fechamento da campanha em Getafe, nos arredores de Madri, enquanto era aclamado por seus simpatizantes como "presidente, presidente, presidente!".

Apesar da confiança de Sánchez em uma "virada", para a qual conta com um bom desempenho da coalizão de extrema esquerda Sumar (Somar, em português), de Yolanda Días, as pesquisas seguem mostrando o PP de Alberto Núñez Feijóo como favorito neste pleito antecipado, convocado pelo presidente de governo após o fracasso da esquerda nas eleições municipais de maio.

As pesquisas mostram, porém, que o PP não conseguirá a maioria absoluta necessária para formar um Executivo, por isso poderá ser forçado a se aliar ao partido ultranacionalista Vox, liderado por Santiago Abascal, em um país onde a extrema direita não governa desde o fim da ditadura de Francisco Franco, em 1975.

Também não está descartada a possibilidade de um bloqueio, caso não haja maioria viável nem à direita nem à esquerda, o que levaria o país a novas eleições. A Espanha já viveu esse cenário de instabilidade em 2015 e 2019, quando as eleições tiveram que ser repetidas.

Em seu último ato de campanha, em A Corunha, na Galícia (noroeste), Núñez Feijóo atacou a esquerda e pediu um grande apoio para governar sozinho: "não sabem chegar, não souberam estar, e não sabem ir embora. Eu prometo que saberei chegar, e garanto a vocês que quero chegar sozinho."

- Traficante -

Queimando seus últimos cartuchos, o presidente de governo levantou o tom contra Núñez Feijóo por sua relação com um conhecido traficante de drogas, Marcial Dorado.

Zombando do argumento do seu rival, que afirmou que, no momento em que conheceu Dorado, não existia Google, então era difícil saber o que ele fazia, Sánchez considerou, na quinta-feira, que Núñez Feijóo "perdeu uma oportunidade de esclarecer realmente a sua relação com este narcotraficante".

"Não esperava, nada mais e nada menos, que o presidente de governo usasse este lixo para tentar desacreditar o adversário", respondeu nesta sexta-feira na rádio COPE o líder conservador, de quem a imprensa tem divulgado fotos de meados dos anos 1990 ao lado de Dorado, uma delas em um iate do traficante galego.

- 'Movimento de mudança' -

O PP, afastado do poder em 2018 por uma moção de censura no Congresso liderada por Sánchez, acredita que chegou a hora de voltar a governar.

"Percebo um movimento de mudança" no país, disse Núñez Feijóo em entrevista ao jornal El Mundo. Seu slogan de campanha é "revogar o sanchismo", ou seja, reverter muitas das leis promovidas pelo governo de coalizão dos socialistas com a extrema esquerda.

Núñez Feijóo, que se recusou a participar de um debate televisionado com os outros candidatos na quarta-feira, o que lhe rendeu críticas, também sofreu um revés com a questão da aposentadoria, um tema muito sensível na opinião pública.

O PP também sofreu desgaste durante a campanha devido às negociações com o Vox para formar governos municipais e regionais, nas quais a extrema direita conseguiu impor algumas de suas prioridades, como a negação da "violência de gênero" e a supressão de cargos para combater as mudanças climáticas.

Nestas eleições gerais, que pela primeira vez ocorrerão no verão espanhol, cerca de 2,5 milhões de pessoas votarão por correio, um número sem precedentes, o que para as pesquisas é um sinal de que a participação pode ser alta, apesar do calor e do fato de muitos eleitores estarem de férias.

R.Hansen--HHA