Hamburger Anzeiger - Rússia avança no nordeste e bombardeia oeste da Ucrânia com mísseis hipersônicos

Rússia avança no nordeste e bombardeia oeste da Ucrânia com mísseis hipersônicos
Rússia avança no nordeste e bombardeia oeste da Ucrânia com mísseis hipersônicos / foto: Roman PILIPEY - AFP

Rússia avança no nordeste e bombardeia oeste da Ucrânia com mísseis hipersônicos

O Exército russo afirmou, nesta sexta-feira (11), que "melhorou" suas posições no nordeste da Ucrânia, onde sua ofensiva na véspera forçou a retirada de civis, e bombardeou o oeste do país com quatro mísseis hipersônicos.

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Um menino de oito anos morreu na região de Ivano-Frankivsk, no oeste da ex-república soviética, quando mísseis hipersônicos Kinzhal atingiram a área, informou o gabinete do procurador-geral ucraniano no Telegram.

A área sofreu poucos ataques desde o início da invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022, pois fica a centenas de quilômetros das linhas de frente de batalha.

Os confrontos se concentram, sobretudo, no sul e no leste, onde Moscou reivindica vários avanços há algumas semanas.

"Na direção de Kupiansk, as unidades de assalto dos grupos de combate 'Oeste' (...) continuaram suas operações ofensivas em uma ampla frente e melhoraram a situação tática", disse o Ministério russo da Defesa em seu relatório diário.

As tropas russas ocuparam essa localidade e seus arredores no início do conflito, mas foram expulsas em uma contraofensiva relâmpago realizada por Kiev em setembro de 2022.

O Ministério russo da Defesa afirmou que suas tropas melhoraram suas posições perto dos povoados de Olchana e Pershotravneve, na região de Kharkiv (nordeste).

Diante do avanço dos russos, as autoridades ordenaram na quinta-feira a evacuação de 37 cidades do distrito.

Em junho, a Ucrânia lançou uma contraofensiva, após receber um importante reforço militar das potências ocidentais, mas reconheceu dificuldades, ante a resistência das tropas russas.

O Exército ucraniano garantiu, ontem, que "a situação continua sendo difícil, mas se mantém sob controle" na região.

- Bombardeios russos -

A Rússia bombardeia diariamente localidades ucranianas, algumas delas distantes do "front".

O Exército ucraniano informou que a Rússia lançou quatro mísseis hipersônicos Kinzhal contra a região de Ivano-Frankivsk e que apenas um deles pôde ser interceptado.

"Um míssil Kh-47 pode ter sido destruído na região de Kiev. Os outros impactaram perto de um aeródromo e danificaram infraestruturas civis, e outro atingiu uma área residencial", disse ele.

Restos do míssil Kinzhal destruído caíram sobre dois bairros da capital ucraniana, sem causar danos significativos, segundo autoridades militares.

Na quinta-feira, um bombardeio em Zaporizhzhia (sul) deixou um morto e 16 feridos, de acordo com as autoridades locais. A polícia especificou que dois mísseis Iskander destruíram um hotel na cidade, onde delegações estrangeiras costumam se hospedar.

"Estou chocado que [o míssil] tenha atingido um hotel frequentemente usado por funcionários das Nações Unidas e nossos colegas de ONGs em Zaporizhzhia", disse o coordenador da ONU na Ucrânia, Denis Brown, que também se hospedou no estabelecimento.

"É totalmente inaceitável", acrescentou.

O Exército russo alegou ter atacado "um local de mobilização temporária de mercenários estrangeiros".

Nas últimas semanas, Moscou bombardeou repetidamente locais de lazer e descanso nesta cidade. Na terça-feira, nove pessoas morreram em um ataque contra a cidade de Pokrovsk, também no leste.

- Drone em Moscou -

O Exército russo disse, por sua vez, ter abatido um drone ucraniano a oeste de Moscou.

"O drone foi desativado eletronicamente e caiu em uma floresta no oeste de Moscou", declarou o Ministério russo da Defesa no Telegram, acusando o "regime de Kiev" da ofensiva.

É a terceira vez nesta semana que drones são derrubados sobre Moscou. Os ataques dentro do território russo se multiplicaram nas últimas semanas, na maioria dos casos sem causar danos, ou vítimas.

Na Ucrânia, o presidente Volodimir Zelensky anunciou a demissão de todos os funcionários regionais encarregados do recrutamento militar, no âmbito de uma campanha para erradicar a corrupção que permitia aos recrutas evitarem o alistamento. O combate à corrupção endêmica é uma das condições impostas pela União Europeia (UE) para a entrada do país no bloco.

J.Fuchs--HHA