Hamburger Anzeiger - MP da Colômbia irá indiciar 55 pessoas por escândalo da Odebrecht

MP da Colômbia irá indiciar 55 pessoas por escândalo da Odebrecht
MP da Colômbia irá indiciar 55 pessoas por escândalo da Odebrecht / foto: Juan Pablo PINO - AFP

MP da Colômbia irá indiciar 55 pessoas por escândalo da Odebrecht

O Ministério Público (MP) da Colômbia anunciou nesta quinta-feira que irá indiciar 55 pessoas, entre funcionários do Estado, lobistas e executivos da Odebrecht, incluindo seu ex-presidente Marcelo Odebrecht, por suspeita de participação no escândalo de corrupção envolvendo a empresa brasileira.

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O MP irá "formular acusações" por "apropriação de recursos públicos" contra um grupo de 22 lobistas e ex-executivos da multinacional, agora chamada Novonor, e contra 33 ex-funcionários do governo "por supostas irregularidades" em contratos com a empresa, informou em seu site.

“Durante pelo menos oito anos (2009-2016), a multinacional Odebrecht apropriou-se de recursos públicos em benefício próprio, bem como para o pagamento de propinas de mais de 80 bilhões de pesos (US$ 19,3 milhões)" a funcionários públicos que a selecionaram para construir uma rodovia de 528 km entre o centro do país e a costa do Caribe, segundo o MP.

Marcelo Odebrecht cumpre pena de dez anos imposta pela Justiça brasileira em 2016 por outro escândalo de subornos, relacionado à Petrobras, e está em prisão domiciliar. Eder Paolo Ferracutti, Amilton Hideaki e Marcio Marangonni, executivos brasileiros que também aparecem na lista, já haviam sido acusados, em março de 2021, de participação na rede de corrupção.

Naquela época, o MP anunciou que solicitaria um mandado de prisão internacional contra os três executivos. Um de seus funcionários é investigado por não tramitar o pedido. O MP não informou se a de hoje é uma nova acusação contra os três estrangeiros.

O anúncio é feito um dia depois de o presidente Gustavo Petro ter pedido ao MP a reabertura desses casos, denunciando a impunidade ligada aos maiores responsáveis pelo esquema de corrupção. O presidente também pediu ajuda aos governos do Brasil e dos Estados Unidos para punir os principais responsáveis.

Ao contrário de outras nações latino-americanas, como o Peru, na Colômbia funcionários do alto escalão do Estado não foram julgados por esses fatos. Luis Fernando Andrade, ex-diretor da estatal Agência Nacional de Infraestrutura (ANI) e ex-funcionário de cargo mais alto da lista, fugiu para os Estados Unidos em 2018, alegando sofrer perseguição do MP.

A Odebrecht já foi condenada a pagar multas por corrupção em vários países, incluindo uma de US$ 2,6 bilhões aos governos de Brasil, Estados Unidos e Suíça.

A.Swartekop--HHA