EUA autoriza Dinamarca e Países Baixos a enviarem caças F-16 à Ucrânia
Os Estados Unidos anunciaram, na sexta-feira (18), que autorizaram a Dinamarca e os Países Baixos a enviarem caças americanos F-16 para a Ucrânia, uma vez que os pilotos estejam treinados, uma notícia comemorada por Kiev, em meio a uma contraofensiva contra as tropas de Moscou.
Um porta-voz do Departamento de Estado americano afirmou que tanto a Dinamarca quanto os Países Baixos receberam "garantias formais" para a transferência.
"Dessa forma, a Ucrânia poderá aproveitar plenamente suas novas capacidades assim que o primeiro grupo de pilotos concluir o treinamento. Os F-16 contribuirão para as capacidades de defesa e dissuasão da Ucrânia", acrescentou.
A data em que os pilotos ucranianos concluirão seu treinamento ainda é desconhecida, organizado por um grupo de 11 países. No entanto, a aprendizagem deve começar neste mês e terminar no início de 2024, de acordo com os responsáveis pelo treinamento.
"Uma supernotícia de nossos amigos nos Estados Unidos!", comemorou o ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, no Twitter.
Kiev tem pedido aviões ocidentais desde o início da invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022.
No entanto, o envio ou revenda de material militar americano por parte dos aliados está sujeito a normas muito rigorosas.
A ministra da Defesa dos Países Baixos, Kajsa Ollongren, também comemorou o anúncio, mas lembrou que "tudo leva tempo", segundo declarou à agência de notícias neerlandesa ANP.
Serão necessários vários meses antes que os Países Baixos possam realmente enviar os F-16 para a ex-república soviética, acrescentou à ANP.
O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, afirmou em julho que Moscou consideraria a entrega de caças F-16 como uma ameaça "nuclear".
A Ucrânia lançou em junho uma grande contraofensiva para expulsar o Exército russo dos territórios ocupados. No entanto, até o momento, conseguiu recuperar apenas algumas localidades.
- Drones ucranianos em Moscou -
Ao mesmo tempo, as tropas de Kiev têm aumentado os ataques, especialmente com drones, contra o território russo ou controlado por Moscou.
Na sexta-feira, a Rússia afirmou ter destruído drones ucranianos aéreos e navais em Moscou e no Mar Negro, alvos frequentes de Kiev nas últimas semanas.
"Esta noite, em uma tentativa de atacar Moscou, as forças de defesa aérea destruíram um drone", disse o prefeito da capital russa, Serguei Sobianin.
"Os restos do drone caíram na área do Centro de Exposições e não causaram danos significativos ao prédio" nem vítimas, acrescentou o prefeito.
O Ministério da Defesa russo atribuiu a ação à Ucrânia. Segundo seu comunicado, o ataque ocorreu às 04h00 do horário local (22h00 de quinta em Brasília) e tinha como alvo "objetivos em Moscou e na região".
A agência estatal de notícias russa TASS informou que o espaço aéreo ao redor do aeroporto Vnukovo foi fechado brevemente.
A capital, que no início do conflito havia ficado fora das hostilidades, tornou-se alvo frequente dessas ações.
No final de julho e início de agosto, as forças aéreas interceptaram drones sobre o distrito financeiro de Moscou. E em maio, abateram dois dispositivos nas proximidades do Kremlin.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, alertou em julho que a "guerra" estava chegando à Rússia, "aos seus centros simbólicos e às suas bases militares".
- Hostilidades no Mar Negro -
Outro foco de hostilidades é o Mar Negro, especialmente desde que a Rússia se retirou, em meados de julho, do acordo mediado pela ONU e Turquia para facilitar a exportação de grãos ucranianos.
No final da quinta-feira, as forças russas frustraram um ataque com um drone naval contra sua frota nessas águas, que também é um alvo recorrente de Kiev, informou o Ministério da Defesa.
"O navio inimigo não tripulado foi destruído por disparos" de dois navios de patrulha russos que foram atacados, acrescentou.
Um dos dois navios de patrulha era o "Vassili Bykov", que no domingo havia disparado tiros de advertência contra um cargueiro de uma empresa turca que se dirigia ao porto ucraniano de Izmail.
Desde o término do acordo para exportação de cereais, ambos os lados têm ameaçado atacar navios de carga que se dirigem aos portos inimigos.
Apesar disso, um cargueiro que partiu da Ucrânia chegou a Istambul na noite de quinta-feira, de acordo com sites de monitoramento de tráfego marítimo, sendo o primeiro a fazê-lo desde o término do acordo.
Por sua vez, a Rússia intensificou seus ataques às infraestruturas portuárias ucranianas no Mar Negro e no Danúbio desde então.
O.Meyer--HHA