OEA reitera preocupação com judicialização do segundo turno na Guatemala
A Missão de Observação Eleitoral da Organização dos Estados Americanos (MOE/OEA) reiterou nesta sexta-feira sua preocupação com a judicialização do segundo turno eleitoral na Guatemala, que será realizado no próximo domingo, depois que o Ministério Público (MP) anunciou que deve haver prisões de líderes do partido Semilla, do candidato Bernardo Arévalo.
"A poucas horas do início da jornada eleitoral, a missão expressa sua preocupação diante do anúncio do MP de uma série de ações que persistem em judicializar o processo eleitoral na Guatemala ", expressou a entidade da OEA.
O promotor questionado Rafael Curruchiche declarou ontem que não descarta, após a eleição, novas medidas contra o Semilla, que acusa de ilegalidades em sua formação, em 2017.
"A MOE/OEA reitera que essas ações interferem no andamento natural do processo eleitoral, em detrimento de toda uma nação que deseja se expressar livremente nas urnas. A Missão faz um chamado a toda a sociedade guatemalteca e aos órgãos do Estado para que propiciem a estabilidade e tranquilidade antes das eleições de domingo", expressou a entidade.
A cruzada de Curruchiche contra o Semilla começou depois que Arévalo surpreendeu no primeiro turno, em junho, e avançou juntamente com a ex-primeira-dama Sandra Torres. Ambos são social-democratas, mas ela é vista como a candidata da continuidade, e ele, como o defensor da mudança.
Em 12 de julho, a pedido de Curruchiche, o juiz Fredy Orellana inabilitou o Semilla. A decisão colocou em xeque o segundo turno e gerou uma onda de indignação no país e no exterior, embora a Justiça tenha deixado a medida em suspenso.
Os críticos de Curruchiche apontam que ele só passou a se preocupar com o Semilla depois que Arévalo avançou para o segundo turno. Sua possível chegada à presidência fez com que setores políticos e empresariais influente da Guatemala se sentissem ameaçados.
E.Borstelmann--HHA