Filha implora por ajuda de EUA e Alemanha para pai condenado à morte no Irã
A filha de um cidadão alemão de ascendência iraniana condenado à morte pelo Irã implorou, nesta terça-feira (22), aos Estados Unidos e à Alemanha que agissem com urgência para salvá-lo.
A filha de Jamshid Sharmahd expôs o caso em Washington, onde também organizou um protesto em frente ao Departamento de Estado, logo após o acordo alcançado pelo governo do presidente Joe Biden para libertar cinco cidadãos americanos detidos no Irã.
Segundo sua família, Sharmahd, um desenvolvedor de software que morava na Califórnia, foi sequestrado em 2020 durante uma visita aos Emirados Árabes Unidos e levado para o Irã.
Ele foi condenado à morte por uma explosão fatal em uma mesquita em 2008 na cidade de Shiraz, no sul do país, acusações que a família descreve como ridículas. O Supremo Tribunal do Irã confirmou a sentença de morte em abril.
"O que estou pedindo aos Estados Unidos e à Alemanha é que libertem meu pai, que o tragam de volta, que salvem sua vida", disse a filha, Gazelle Sharmahd, que vive na Califórnia. "Esta é uma situação de vida ou morte", acrescentou durante uma mesa redonda.
Ela expressou sua frustração pelo fato de Berlim e Washington não verem a "urgência" da situação e estarem apenas passando a responsabilidade "como uma partida de tênis de mesa".
"Vai e volta. Ele não é meu cidadão. Ele não mora aqui. Não é meu problema, não é meu problema. E não estamos conseguindo nos comunicar com eles", disse.
A Alemanha afirmou estar tratando do caso no mais alto nível e por todos os canais, e um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores reconheceu que a família está passando por uma situação "inimaginável e insuportável".
No entanto, Gazelle Sharmahd insistiu que os esforços alemães estavam focados apenas em melhorar as condições de prisão de seu pai. "O quê? Ele precisa de uma melhor pasta de dente antes de ser morto agora?", questionou ironicamente.
O Departamento de Estado dos Estados Unidos classificou o tratamento dado ao Sr. Sharmahd pelo Irã como "repreensível", mas disse que cabia à Alemanha discutir o caso de seu próprio cidadão.
O secretário de Estado, Antony Blinken, disse que todos os cidadãos americanos foram libertados da prisão em virtude do acordo, o que gerou críticas do Partido Republicano.
Segundo o acordo, os cinco cidadãos americanos, todos de origem iraniana, foram liberados e estão em prisão domiciliar. Espera-se que sejam autorizados a sair após o descongelamento de US$ 6 bilhões (R$ 29,6 bilhões, na cotação atual) em receitas petrolíferas iranianas retidas na Coreia do Sul para cumprir as sanções americanas.
F.Wilson--HHA