Hamburger Anzeiger - Ausência de Trump rouba a cena em debate republicano tenso

Ausência de Trump rouba a cena em debate republicano tenso
Ausência de Trump rouba a cena em debate republicano tenso / foto: Brendan SMIALOWSKI - AFP

Ausência de Trump rouba a cena em debate republicano tenso

Oito candidatos republicanos participaram na quarta-feira (23) no primeiro debate dos conservadores para as primárias de 2024, um evento marcado pela ausência de Donald Trump.

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A esnobada de Trump tirou de seus rivais, em grande desvantagem nas pesquisas, a oportunidade de confrontar o ex-presidente ao vivo durante duas horas no debate organizado na cidade de Milwaukee, no estado de Wisconsin.

Trump optou por conceder uma entrevista pré-gravada a Tucker Carlson, ex-apresentador do canal Fox News, divulgada nas redes sociais poucos minutos antes do início do debate.s

Apesar da ausência, o ex-presidente foi citado diversas vezes pelos demais candidatos, com várias perguntas dos apresentadores e moderadores da Fox News sobre os vários processos que Trump enfrenta na justiça.

Os candidatos foram questionados se apoiariam Trump como o indicado do partido na disputa eleitora, mesmo que seja condenado nos processos criminais que enfrenta. Quase todos levantaram a mão, com exceção do governador do Arkansas, Asa Hutchinson, e do ex-governador Nova Jersey Chris Christie.

"Aqui está o limite. Alguém precisa parar de normalizar esta conduta, OK?", disse Christie. "Quer você acredite ou não que as acusações criminais são corretas ou incorretas, a conduta está abaixo do cargo de presidente dos Estados Unidos", acrescentou.

Christie foi vaiado, assim como Hutchinson, que declarou: "Obviamente, eu não vou apoiar alguém que foi condenado por um delito grave".

Trump se apresentará nesta quinta-feira (24) às autoridades de Atlanta devido à quarta acusação que recebeu este ano, neste caso por uma suposta conspiração criminosa para tentar alterar o resultado das eleições de 2020, quando perdeu para Joe Biden.

Trump declarou na entrevista a Carlson que não fazia sentido participar no debate porque tem uma vantagem muito grande nas pesquisas - mais de 40 pontos segundo a média do RealCLearPolitics.

Ele chamou Biden de "pior presidente da história" do país e sugeriu que o democrata, de 80 anos, pode não ser o candidato de seu partido nas eleições de novembro de 2024.

"Penso que está pior mentalmente que fisicamente, e fisicamente não é exatamente um triatleta", disse Trump sobre Biden.

O republicano, de 77 anos, também rebateu as quatro acusações criminais apresentadas contra ele, que chamou de "triviais, bobagens".

- Debate feroz e confrontos -

Para o rival republicano mais próximo de Trump nas pesquisas, o governador da Flórida, Ron DeSantis, o debate foi uma oportunidade de tentar reverter a tendência de queda no apoio e demonstrar que é uma alternativa viável.

DeSantis, 44 anos, advertiu que o país está "em declínio" e que a situação "não é inevitável. É uma escolha".

Com Trump muito à frente nas pesquisas entre republicanos, o debate foi uma vitrine para aqueles que podem aspirar a posição de vice na chapa do ex-presidente.

O empresário Vivek Ramaswamy, discreto, aproveitou para se apresentar à opinião pública. Mike Pence, que foi vice-presidente de Trump, afirmou que é o "melhor preparado" para o cargo.

Os candidatos questionaram a mudança climática, criticaram a violência nas ruas e expressaram apoio às restrições ao aborto, um tema que polariza os Estados Unido.

DeSantis tentou permanecer fora da briga durante grande parte do debate, mas foi especialmente fervoroso ao defender o uso de "força letal" para impedir o tráfico de drogas na fronteira com o México.

"Quando estes traficantes de drogas transportarem fentanil através da fronteira, esta será a última coisa que farão", disse.

A campanha de Biden comprou espaços publicitários caros na Fox News e em seu site antes do debate. O presidente afirmou que assistiria o evento dentro do possível.

Horas antes do debate, Rudy Giuliani, ex-advogado de Trump, acusado de associação ilícita no caso da Geórgia ao lado do ex-presidente e de outras 17 pessoas, se entregou à polícia em Atlanta.

A.Dankwers--HHA