Hamburger Anzeiger - Procuradoria da Guatemala nega integrar plano de 'golpe' denunciado por Arévalo

Procuradoria da Guatemala nega integrar plano de 'golpe' denunciado por Arévalo
Procuradoria da Guatemala nega integrar plano de 'golpe' denunciado por Arévalo / foto: Johan ORDONEZ - AFP

Procuradoria da Guatemala nega integrar plano de 'golpe' denunciado por Arévalo

A questionada Procuradoria da Guatemala negou, neste sábado (2), fazer parte de um plano de "golpe de Estado", denunciado na véspera pelo presidente eleito, Bernardo Arévalo, para impedir que ele assuma o cargo em janeiro de 2024.

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"É totalmente falso que o Ministério Público faça parte de um processo de golpe de Estado, como apontou, irresponsavelmente, o Presidente Eleito" na sexta-feira, informou a instituição em um comunicado.

O MP acrescentou que suas ações "se enquadram no âmbito do respeito ao princípio da legalidade", ao justificar a ordem de inabilitação do partido Semente (Semilla), de Arévalo, após o segundo turno das eleições presidenciais, em 20 de agosto, por supostas irregularidades em sua inscrição em 2017.

Arévalo disse na sexta-feira que em seu país "existe um grupo de políticos e funcionários [públicos] corruptos, que se negam a aceitar este resultado [do segundo turno]".

"Estamos vendo um golpe de Estado em curso", acrescentou.

Arévalo afirmou que estas ações são impulsionadas pela procuradora-geral, Consuelo Porras, pelo promotor Rafael Curruchiche e pelo juiz Fredy Orellana, "assim como pela junta diretora do Congresso e outros atores corruptos".

Em Washington, o chefe da Missão Eleitoral da OEA na Guatemala, Eladio Loizaga, também advertiu na sexta-feira para uma possível "ruptura da ordem constitucional na Guatemala" pelas ações da justiça contra o partido de Arévalo.

A cruzada contra o Semente foi iniciada por Curruchiche, depois que Arévalo surpreendeu no primeiro turno de 25 de junho.

Com a promessa de travar uma luta sem trégua contra a corrupção, ele derrotou a ex-primeira-dama Sandra Torres, vista como a candidata do continuísmo.

A vitória folgada de Arévalo (58%) é atribuída às esperanças de mudança que ele despertou em um país mergulhado na pobreza, na violência e na corrupção, que levam anualmente milhares de guatemaltecos a emigrar. Mas sua chegada ao poder alarmou a elite política e empresarial, considerada corrupta.

Porras, Curruchiche e o juiz Orellana, que proferiu a ordem de inabilitação do Semente, pedida pela Procuradoria, integram uma lista de atores "corruptos" elaborada pelos Estados Unidos.

Ao ser inabilitado, o Semente não pode realizar nenhuma atividade, como arrecadar dinheiro ou integrar filiados. Além disso, seus 23 novos deputados terão faculdades reduzidas.

Sociólogo e deputado, Arévalo, de 64 anos, deve substituir o presidente Alejandro Giammattei, encerrando um ciclo de 12 anos de governos da direita.

Ele é filho do presidente Juan José Arévalo (1945-1951), um dos líderes da "primavera" democrática da Guatemala, que terminou quando seu sucessor, Jacobo Árbenz, foi derrotado em 1954 por uma rebelião militar orquestrada pelos Estados Unidos.

M.Huber--HHA