Hamburger Anzeiger - Mundo abandona meninas e mulheres, denuncia a ONU

Mundo abandona meninas e mulheres, denuncia a ONU
Mundo abandona meninas e mulheres, denuncia a ONU / foto: Wakil KOHSAR - AFP/Arquivos

Mundo abandona meninas e mulheres, denuncia a ONU

Desde a luta contra a pobreza, passando pelo acesso à educação, à representação política ou às oportunidades econômicas, o mundo "abandona meninas e mulheres", lamenta a ONU em um relatório sobre as desigualdades entre homens e mulheres, publicado nesta quinta-feira (7).

Tamanho do texto:

O relatório da ONU Mulheres analisa os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) adotados pelos Estados-membros da ONU em 2015, com o objetivo de construir um futuro melhor para todos até 2030.

"Quando olhamos para os dados, parece que o mundo não consegue progredir e alcançar a igualdade de gênero. E está se tornando, eu diria, um objetivo cada vez mais distante", disse à AFP Sarah Hendriks, vice-diretora-executiva da agência da ONU.

Um dos ODS prevê o fim, até o final da década, da discriminação, da violência contra as mulheres, dos casamentos forçados e da mutilação genital. Que o trabalho doméstico seja compartilhado, que o acesso à saúde sexual e a participação efetiva na vida política e econômica sejam garantidos.

Porém, "no caminho para 2030, o mundo está abandonando as meninas e mulheres" e a maioria das metas deste objetivo específico não estão na direção certa, afirma o relatório.

Todos os anos, 245 milhões de mulheres com mais de 15 anos são vítimas de violência física por parte dos seus parceiros; uma em cada cinco mulheres casa antes dos 18 anos; as mulheres realizam 2,8 horas a mais de trabalho doméstico do que os homens e representam apenas 26,7% dos parlamentares.

Para mudar a situação, seriam necessários 360 bilhões de dólares (1,7 trilhão de reais) de investimentos adicionais por ano em cinquenta países em desenvolvimento que têm 70% da população mundial, estima a agência.

Segundo a ONU, ao ritmo atual, 575 milhões de pessoas viverão em pobreza extrema até 2030, longe da erradicação esperada. E 342 milhões são mulheres, 8% das mulheres do mundo, recorda o relatório.

R.Hansen--HHA