Hamburger Anzeiger - Força internacional de segurança para o Haiti deve sair do papel

Força internacional de segurança para o Haiti deve sair do papel
Força internacional de segurança para o Haiti deve sair do papel / foto: BING GUAN - POOL/AFP

Força internacional de segurança para o Haiti deve sair do papel

Vários países propuseram contribuir para enviar uma força internacional liderada pelo Quênia ao Haiti, um país assolado pela violência das gangues, anunciaram, nesta sexta-feira (22), os Estados Unidos, que prometeram dar apoio logístico.

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"De 10 a 12 países fizeram propostas concretas para esta missão", disse a secretária de Estado adjunta dos Estados Unidos, Victoria Nuland, durante uma reunião ministerial centrada no Haiti, à margem da Assembleia Geral da ONU, em Nova York.

A autoridade americana não especificou quais países estão dispostos a participar, embora Jamaica, Bahamas e Antígua e Barbuda tenham indicado que o farão. O Quênia, que se propôs a liderar a força, está disposto a contribuir com 1.000 membros das forças de segurança.

Os Estados Unidos pretendem fornecer apoio logístico, como transporte aéreo, comunicações, acomodação e pessoal médico, mas inicialmente não enviarão militares.

- Mais de 2.000 mortos -

A violência das gangues, que controlam e impõem terror na maior parte deste país pobre, deixou mais de 2.400 mortos desde o início do ano, segundo a ONU.

Ao abrir a reunião, que contou com a presença do primeiro-ministro haitiano, Ariel Henry, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse que a missão de apoio "não substituirá os avanços políticos no terreno" e espera que a força possa ser implantada "dentro de alguns meses", pois "não há tempo a perder".

Representantes do Quênia, França, Equador, Canadá e de países do Caribe participaram da reunião.

Blinken também anunciou que o governo de Joe Biden pedirá ao Congresso US$ 100 milhões (R$ 490 milhões) para financiar a operação, destinada a apoiar a polícia haitiana no combate às gangues.

- Força fora da ONU -

Falta apenas a luz verde do Conselho de Segurança da ONU para a sua implementação, embora a força não estará sob a égide da entidade.

A primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley, declarou esta semana na Assembleia Geral que espera que os membros do Conselho de Segurança "não usem o Haiti como peão", já que os haitianos "sofrem nas mãos de muitos países há tempo demais", sem dar mais detalhes.

O projeto de resolução promovido pelos Estados Unidos e pelo Equador deve ser finalizado na próxima semana na ONU, segundo Nuland, que observou que o texto conta com um "forte apoio".

Na tribuna da ONU na terça-feira, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, instou o Conselho de Segurança a "autorizar" o envio de uma força multinacional para o Haiti, uma vez que o povo haitiano "não pode esperar mais".

Seu homólogo queniano, William Ruto, também pressionou na quinta-feira, afirmando que não se pode abandonar a população haitiana, aterrorizada pelas gangues.

Há quase um ano, o primeiro-ministro haitiano Henry, enfraquecido politicamente em um país que não realiza eleições desde 2016, pede o envio de uma força desse tipo.

No entanto, a comunidade internacional teve dificuldades em encontrar um voluntário para liderar a força policial devido a experiências passadas e aos riscos de se envolver em uma situação complicada.

Washington também anunciou na sexta-feira a imposição de novas sanções contra antigos e atuais funcionários haitianos envolvidos no tráfico ilegal de armas e drogas, sem nomeá-los.

H.Graumann--HHA