Hamburger Anzeiger - Biden volta atrás após dizer que Netanyahu continua guerra em Gaza por conveniência

Biden volta atrás após dizer que Netanyahu continua guerra em Gaza por conveniência
Biden volta atrás após dizer que Netanyahu continua guerra em Gaza por conveniência / foto: Brendan Smialowski - AFP/Arquivos

Biden volta atrás após dizer que Netanyahu continua guerra em Gaza por conveniência

O presidente americano, Joe Biden, se distanciou, nesta terça-feira (4), de afirmações que ele mesmo deu à revista Time, nas quais dizia que havia "razões" para concluir que o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, estaria prolongando a guerra em Gaza para sua própria sobrevivência política.

Tamanho do texto:

Ao ser questionado pela Time se acreditava que Netanyahu estava prolongando a guerra para seu próprio benefício, Biden respondeu: "Há muitas razões para as pessoas chegarem a esta conclusão".

Mais tarde, na Casa Branca, o mandatário pareceu se retratar da afirmação. "Não acredito nisso, ele está tentando resolver esse grave problema que tem", disse a repórteres quando questionado se Netanyahu estava "jogando política".

O democrata, que tentará a reeleição em novembro e cujas relações com Netanyahu são notoriamente complicadas, ressaltou na entrevista que teve um "grande desacordo" com ele sobre o pós-guerra no território palestino e considerou que Israel se comportou "inadequadamente" durante o conflito, desencadeado após um ataque do grupo islamista palestino Hamas em 7 de outubro.

A entrevista à Time ocorreu antes do anúncio de Biden de uma proposta apresentada para um cessar-fogo em Gaza e que recebeu uma reação fria de Netanyahu, bem como ameaças de renúncias em seu governo.

Biden também reconheceu que o principal desacordo com o governo israelense residia no que aconteceria no pós-conflito em Gaza.

"Meu grande desacordo com Netanyahu é o que acontecerá depois... do fim de [um conflito em] Gaza. A que situação [o território palestino] retornará? As forças israelenses retornarão para lá?", questionou.

"Bem, a resposta é que se este for o caso, não pode funcionar", declarou.

Por outro lado, o líder democrata mencionou a invasão russa da Ucrânia, país ao qual tem prestado apoio militar contínuo e que se tornou uma das linhas constantes da sua política externa.

Segundo Biden, o seu governo está melhor posicionado do que o do republicano Donald Trump para manter essa assistência à defesa face ao avanço militar de Moscou, alegando que o Exército russo foi "dizimado" no terreno.

"Paz significa garantir que a Rússia nunca, jamais ocupe a Ucrânia", disse.

Ele também criticou seu antecessor republicano, que ameaçou desfazer as tradicionais alianças americanas no exterior e destacou que teve contatos com líderes autoritários durante seu mandato (2017-2021).

"Todos os maus [governantes estrangeiros] apoiam Trump", disse Biden, que em novembro voltará a enfrentar nas urnas o magnata republicano, que até hoje não aceita a sua derrota nas eleições de 2020.

H.Beehncken--HHA