Hamburger Anzeiger - Petro pede na ONU medidas financeiras para ajudar Colômbia com acordos de paz

Petro pede na ONU medidas financeiras para ajudar Colômbia com acordos de paz
Petro pede na ONU medidas financeiras para ajudar Colômbia com acordos de paz / foto: KENA BETANCUR - AFP

Petro pede na ONU medidas financeiras para ajudar Colômbia com acordos de paz

O presidente colombiano, Gustavo Petro, pediu nesta quinta-feira (11) no Conselho de Segurança das Nações Unidas medidas para "potencializar a capacidade financeira" da Colômbia para implementar os acordos de paz com as Farc, o que permitiria acabar com a produção de drogas e favorecer o meio ambiente.

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Em uma sessão dedicada a analisar os avanços trimestrais dos acordos, Petro pediu em particular que seja "removido o risco de endividamento" (os juros da dívida) da Colômbia, que são da ordem de "8-9%". "Entregamos 7 bilhões de dólares [R$ 38 bilhões] em sprint de risco", disse.

Para o presidente, esse dinheiro poderia ser destinado à implementação dos acordos firmados em 2016 entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), em particular a distribuição de terras entre os camponeses que abaixaram as armas, um dos principais pontos do pacto.

Além disso, contribuiria para resolver outros problemas que afetam o mundo, como as drogas e a crise climática. "A paz da Colômbia acaba com a cocaína no mundo (...). Salva o terceiro pulmão de estabilidade climática do mundo", argumentou.

"Não haveria um trato mútuo muito mais honrado, digno e contundente", declarou aos 15 países reunidos no Conselho de Segurança.

É a primeira vez que Petro participa deste exercício trimestral do órgão da ONU que acompanha os avanços dos acordos pactuados em 2016 e que agora pretende ampliar a outras guerrilhas e a grupos armados dissidentes.

Ele também culpou setores de seu país pelas travas aos acordos. "Na Colômbia, a paz é vista como algo revolucionário, enquanto a violência (...) é vista como normal", disse, embora uma pesquisa da ONU indique que mais de 80% dos colombianos em zonas de conflito preferem o diálogo como principal via para a resolução da violência.

Petro atribuiu isso à desigualdade. Na Colômbia, apontou, há 10 milhões de camponeses, "mas apenas 1% possui 90% da terra fértil. E esse 1% usou a terra fértil não para produzir comida, mas para lavar os ativos do narcotráfico. E a defende com sangue e fogo".

"Por isso temos milhões de deslocados. Centenas de massacres. Era o que o acordo de paz de 2016 queria resolver", destacou.

W.Taylor--HHA