Hamburger Anzeiger - Kremlin adverte que mísseis dos EUA podem transformar capitais europeias em alvos russos

Kremlin adverte que mísseis dos EUA podem transformar capitais europeias em alvos russos
Kremlin adverte que mísseis dos EUA podem transformar capitais europeias em alvos russos / foto: Evgenia Novozhenina - POOL/AFP/Arquivos

Kremlin adverte que mísseis dos EUA podem transformar capitais europeias em alvos russos

O Kremlin alertou neste sábado(13) que a decisão anunciada esta semana de instalar mísseis americanos de longo alcance na Alemanha poderá transformar as capitais europeias em alvos para a Rússia, repetindo um confronto como o da Guerra Fria.

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"A Europa é o alvo dos nossos mísseis, o nosso país é o alvo dos mísseis americanos na Europa. Já vivemos isso. Temos a capacidade de parar estes mísseis, mas as vítimas potenciais são as capitais desses países europeus", disse o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov.

Durante a cúpula da Otan, Washington e Berlim anunciaram na quarta-feira que iniciarão a implantação pontual de mísseis americanos de longo alcance na Alemanha em 2026.

No comunicado, os Estados Unidos e a Alemanha mencionaram que este plano inclui a implantação de mísseis SM-6, mísseis Tomahawk e armas hipersônicas em desenvolvimento, o que aumentará o alcance dos projéteis atualmente implantados na Europa.

- "Manter linhas de comunicação" -

O Kremlin condenou na quinta-feira a decisão, que criticou como um retorno à "Guerra Fria", uma alusão ao confronto entre a ex-URSS e os Estados Unidos, marcado, entre outras frentes, pela crise dos euromísseis no final dos anos 1960 e 1980, desencadeada pela implantação soviética e depois americana de mísseis com capacidade nuclear na Europa.

Esta crise foi encerrada com a assinatura do histórico tratado sobre Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF) em 1989, assinado pelo então presidente dos EUA Ronald Reagan e pelo líder soviético Mikhail Gorbachev, que limitou o uso de mísseis de médio alcance, tanto convencionais como nucleares.

Este tratado foi enterrado após os Estados Unidos se retiraram dele em 2019, durante o governo do republicano Donald Trump, que acusou Moscou de não cumpri-lo.

Depois, a Rússia garantiu que manteria uma moratória sobre a produção deste tipo de mísseis se os Estados Unidos não os posicionassem a uma distância que lhes permitisse chegar ao território russo.

O ministro da Defesa russo, Andrei Belousov, e o chefe do Pentágono, Lloyd Austin, falaram por telefone sobre a redução do risco de uma "possível escalada", informou Moscou na sexta-feira.

O Pentágono destacou "a importância de manter linhas de comunicação" com a Rússia, em meio ao conflito na Ucrânia, apoiada pelas potências ocidentais desde que Moscou lançou uma operação militar em fevereiro de 2022.

As relações entre a Rússia e a Otan enfraqueceram ainda mais desde o início da ofensiva russa em 2022 na Ucrânia, um país apoiado por membros da Aliança Atlântica.

Os países ocidentais adotaram fortes sanções econômicas contra a Rússia, que fortaleceu os laços com a China, o grande rival dos Estados Unidos em escala global, e também com a Coreia do Norte.

As autoridades europeias também acusam a Rússia de ataques cibernéticos à espionagem, para enfraquecer as empresas do continente.

J.Fuchs--HHA