Ruanda tem eleições legislativas e presidenciais com Paul Kagame como favorito
Os ruandeses votam, nesta segunda-feira (15), em eleições presidenciais e legislativas nas quais o presidente Paul Kagame, que governa o país desde o fim do genocídio dos tutsi, em 1994, e seu partido, a Frente Patriótica Ruandesa (FPR), se perfilam como claros vencedores.
Nove milhões de cidadãos estão registrados para comparecer às urnas, que abriram às 7h00 (2h00 em Brasília) e fecharão às 15h00 (10h00 em Brasília). A apuração começará logo depois e espera-se que os resultados provisórios sejam anunciados em 20 de julho, informou à AFP uma fonte da Comissão Eleitoral.
Os resultados definitivos devem ser divulgados em 27 de julho.
Os mesmos candidatos que se enfrentaram em 2017 estão na corrida presidencial.
Daquela vez, Kagame, agora aos 66 anos, ganhou com 98,79% dos votos frente ao líder do único partido de oposição autorizado, Frank Habineza (0,48%) e ao independente Philippe Mpayimana (0,73%).
Gatangaza Bwiza Nelly, de 21 anos, é uma das dois milhões de pessoas que votarão pela primeira vez nesse pleito. A estudante afirmou que "esperava este dia com impaciência".
"Acredito que os resultados serão os mesmos que nas eleições anteriores. É muito evidente", comentou.
Neste pequeno país localizado na região dos Grandes Lagos, no leste da África, 65% da população tem menos de 30 anos e não conheceu outro mandatário além de Kagame.
Em julho de 1994, Kagame, à frente de uma rebelião da FPR, derrubou o governo extremista hutu e encerrou o genocídio que, segundo a ONU, deixou 800.000 mortos, essencialmente da minoria tutsi.
No início como vice-presidente e ministro da Defesa, Kagame dirigiu o país de fato até ser eleito presidente pelo Parlamento em 2000, após a renúncia de Pasteur Bizimungu.
Depois, ele permaneceu no cargo em três eleições vencidas com mais de 93% dos votos.
Pela primeira vez, as presidenciais ocorrem na mesma data das legislativas, nas quais 589 candidatos disputam as 80 cadeiras do Parlamento, atualmente dominado pelo partido de Kagame.
M.Huber--HHA