Hamburger Anzeiger - Ex-presidente argentino denuncia sua exclusão como observador eleitoral na Venezuela

Ex-presidente argentino denuncia sua exclusão como observador eleitoral na Venezuela
Ex-presidente argentino denuncia sua exclusão como observador eleitoral na Venezuela / foto: Adam Gray - GETTY IMAGES NORTH AMERICA/AFP

Ex-presidente argentino denuncia sua exclusão como observador eleitoral na Venezuela

O ex-presidente argentino Alberto Fernández disse, nesta quarta-feira (24), que o governo da Venezuela lhe pediu que não viajasse para atuar como observador das eleições nesse país, porque tinha "dúvidas sobre [sua] imparcialidade".

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"O governo nacional venezuelano me transmitiu sua vontade de que eu não viajasse e desistisse de cumprir com a tarefa que me havia sido encomendada pelo Conselho Nacional Eleitoral", publicou o ex-presidente argentino (2019-2023) em seu perfil na rede social X.

"A razão que me foi dada é que, a juízo daquele governo, declarações públicas realizadas por mim a um veículo nacional causavam incômodo e geravam dúvidas sobre minha imparcialidade. Entenderam que a coincidência com o que havia expressado um dia antes o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, gerava uma espécie de desestabilização do processo eleitoral", acrescentou.

"Diante dessa demanda insólita, achei conveniente não viajar e não dar motivo para ser acusado de querer atrapalhar uma jornada eleitoral transcendental, quando apenas tentava cumprir com a tarefa própria de um observador eleitoral", ressaltou Fernández.

O ex-mandatário peronista pediu ontem que o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, aceite os resultados das eleições. "Se for derrotado, o que deve fazer é aceitar, como disse Lula: quem ganha, ganha, e quem perde, perde", declarou à emissora Radio Con Vos.

No próximo domingo acontecem as eleições venezuelanas, nas quais Maduro, candidato do chavismo governante, terá como principal rival Edmundo González Urrutia.

Urrutia conta com o apoio da líder opositora María Corina Machado, favorita nas pesquisas, mas inabilitada politicamente por um órgão governamental para exercer cargos públicos.

Na última segunda-feira, Lula revelou que ficou assustado com as declarações de Maduro, que apontou que uma vitória da oposição nas eleições se traduziria em um "banho de sangue".

"Quem perde as eleições toma um banho de voto, não de sangue", afirmou Lula sobre seu aliado, durante uma coletiva de imprensa com agências internacionais em Brasília. "O Maduro tem que aprender, quando você ganha, você fica, quando você perde, você vai embora. Vai embora e se prepara para disputar outra eleição", frisou.

H.Brunner--HHA