Advogado da líder opositora Corina Machado é detido na Venezuela
Perkins Rocha, advogado da líder opositora María Corina Machado, foi detido nesta terça-feira (27) em meio à crise pós-eleitoral que vive a Venezuela após a contestada reeleição do presidente Nicolás Maduro, denunciou a dirigente.
"O regime de Nicolás Maduro sequestrou meu amigo e companheiro de causa, Perkins Rocha. Perkins é nosso advogado pessoal, nosso coordenador jurídico e representante [...] perante o CNE [Conselho Nacional Eleitoral]", disse Corina Machado em uma mensagem na rede social X.
Segundo informou o Vente Venezuela (Vamos Venezuela) - partido de Corina Machado -, Rocha foi levado "à força" por indivíduos "não identificados". Sua esposa, María Constanza, informou que ele desapareceu às 11h00 locais (12h00 de Brasília).
"Meu marido não é um criminoso, é apenas um cidadão que deseja e luta para que todos vivamos em liberdade", afirmou a mulher também no X.
As autoridades não informaram sobre esta nova prisão, que se soma a uma lista de mais de 100 ativistas opositores detidos após colaborarem com Corina Machado e seu candidato Edmundo González Urrutia durante o período eleitoral.
"Um homem justo, valente, inteligente e generoso. Um venezuelano exemplar. Pretendem nos dobrar, nos desviar e nos aterrorizar. Nós continuamos em frente, por Perkins, por todos os presos e perseguidos, e por toda a Venezuela", acrescentou a líder opositora.
Seis colaboradores de confiança de Corina Machado, entre eles Magalli Meda - sua chefe de campanha -, estão refugiados na embaixada da Argentina, agora administrada pelo Brasil.
A líder opositora, inabilitada para exercer cargos públicos pela Controladoria, um órgão alinhado ao governo, convocou para quarta-feira uma manifestação em rejeição à reeleição de Maduro para um terceiro mandato (2025-2031) após as questionadas eleições do dia 28 de julho.
Protestos multitudinários eclodiram na Venezuela após o anúncio da vitória do governo, resultando, até o momento, em um saldo de 27 mortos, quase 200 feridos e mais de 2.400 detidos, aos quais Maduro chama de "terroristas".
E.Borstelmann--HHA