Hamburger Anzeiger - 'Situação de emergência' em localidade russa após bombardeios ucranianos

'Situação de emergência' em localidade russa após bombardeios ucranianos
'Situação de emergência' em localidade russa após bombardeios ucranianos / foto: Anatolii STEPANOV - AFP

'Situação de emergência' em localidade russa após bombardeios ucranianos

A Ucrânia anunciou neste sábado (21) que havia bombardeado dois depósitos de armas e mísseis no sul e no oeste da Rússia, onde as autoridades ordenaram evacuações e declararam uma “situação de emergência” em uma das localidades.

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Imagens publicadas nas redes sociais, cuja autenticidade a AFP não conseguiu verificar, mostram grandes explosões, múltiplas detonações e extensas nuvens de fumaça, apresentadas como o resultado do bombardeio.

O governador da região de Krasnodar, no sul da Rússia, Veniamin Kondratiev, informou nas redes sociais que havia decretado um “regime de emergência local” no distrito de Tikhoretsk.

As forças ucranianas indicaram que um dos armazéns atacados estava nessa localidade e que era “uma das três maiores bases de armazenamento” de armas e munições na Rússia, bem como um “local-chave” para a logística das tropas russas.

O outro depósito bombardeado está localizado no vilarejo de Oktyabrsky, na região de Tver, cujas autoridades também confirmaram que houve um ataque.

Esse depósito continha munição de artilharia e mísseis, de acordo com uma fonte dos serviços de segurança ucranianos.

“Após a passagem dos drones, detonações foram acionadas no depósito e cinco incêndios eclodiram” no local, acrescentou a fonte.

Em nenhum dos casos as autoridades russas mencionaram os alvos desses bombardeios, embora tenham afirmado que eles não causaram vítimas.

- 1.200 evacuados -

O governador de Krasnodar, uma região próxima à Ucrânia, havia dito anteriormente que dois drones foram abatidos pela defesa aérea e que a queda de fragmentos havia provocado um incêndio.

O incidente, segundo ele, não deixou vítimas, mas forçou a evacuação de cerca de 1.200 habitantes do vilarejo de Kuban.

O Ministério da Defesa da Rússia disse que abateu 101 drones ucranianos durante a noite de sexta-feira e neste sábado.

Os ataques ucranianos ocorrem na véspera da viagem de Volodimir Zelensky aos Estados Unidos, onde ele apresentará seu plano para acabar com a guerra, que começou com a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022.

- Zelensky quer usar armas ocidentais na Rússia -

Zelensky lamentou, neste sábado, que os Estados Unidos e o Reino Unido ainda não tenham autorizado o uso de mísseis de longo alcance em solo russo, uma questão sensível para os aliados ocidentais da ex-república soviética que temem a reação de Moscou.

"Nem os Estados Unidos nem o Reino Unido nos deram permissão para usar estas armas no território da Rússia, contra qualquer alvo e a qualquer distância", e Kiev, portanto, não o fez, disse Zelensky à imprensa na noite de sexta-feira, incluindo a AFP.

"Acho que têm medo de uma escalada", acrescentou, em declarações que foram embargadas até à manhã deste sábado.

O presidente russo, Vladimir Putin, advertiu que uma decisão nesse sentido equivaleria "aos países da Otan [estarem] em guerra contra a Rússia".

- Rússia não participará de cúpula sobre Ucrânia -

Zelensky apresentará este plano a Joe Biden com a expectativa de que tome "decisões importantes" antes do final de seu mandato, em janeiro.

Também será apresentado a Kamala Harris, vice-presidente e candidata democrata, e a Donald Trump, ex-presidente e candidato republicano.

Zelensky espera expor o plano em uma cúpula internacional em novembro, da qual ele disse que gostaria que Moscou participasse.

Mas a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, descartou essa possibilidade.

“A cúpula terá os mesmos objetivos: promover a ilusória 'fórmula Zelensky' como base para qualquer solução do conflito, obter o apoio da maioria do mundo e usá-la para apresentar à Rússia um ultimato de capitulação”, disse ela em um comunicado.

Enquanto isso, o presidente ucraniano criticou na sexta-feira uma iniciativa de paz entre seu país e a Rússia proposta há alguns meses pela China e pelo Brasil.

"Não acredito que seja um plano concreto, pois não vejo ações ou etapas específicas", mas apenas certa generalização, disse.

"Uma generalização sempre esconde alguma coisa", acrescentou.

A China e o Brasil declararam em maio que "apoiam uma conferência internacional de paz" com "uma discussão justa de todos os planos de paz".

A colaboração estratégica entre a China e a Rússia foi reforçada desde o início da guerra.

Zelensky também afirmou que se opõe à possibilidade de fazer uma "pausa" no conflito, porque o que é necessário é uma paz "estável".

T.Schmidt--HHA