Hamburger Anzeiger - Disparos de Israel contra QG da Unifil no Líbano ferem 2 soldados e geram protestos do Ocidente

Disparos de Israel contra QG da Unifil no Líbano ferem 2 soldados e geram protestos do Ocidente
Disparos de Israel contra QG da Unifil no Líbano ferem 2 soldados e geram protestos do Ocidente / foto: - - Planet Labs PBC/AFP

Disparos de Israel contra QG da Unifil no Líbano ferem 2 soldados e geram protestos do Ocidente

Dois soldados da Unifil, a força da ONU destacada entre Líbano e Israel, ficaram feridos por "disparos de um tanque israelense", em um ataque que desencadeou uma onda de condenações internacionais.

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"Nesta manhã, dois capacetes azuis ficaram feridos após um tanque Merkava do Exército israelense disparar contra uma torre de observação do quartel-general da Unifil em Ras al Naqura, atingindo-a diretamente", indicou a missão em um comunicado.

A Unifil informou que os feridos são indonésios e "seguem no hospital", mas suas lesões "não são graves".

A Unifil conta com cerca de 10.000 soldados de manutenção da paz no sul do Líbano e tem pedido insistentemente uma trégua desde que, em 23 de setembro, se intensificou a escalada entre Israel e o movimento libanês pró-iraniano, o Hezbollah.

O ministro da Defesa italiano, Guido Crosetto, denunciou um ato "intolerável" e convocou o embaixador israelense. A Itália é o país ocidental que mais efetivos aporta a este contingente, com cerca de 900 militares mobilizados.

"As ações hostis cometidas de forma reiterada pelas forças israelenses contra a base da Unifil podem constituir crimes de guerra", advertiu Crosetto em uma coletiva de imprensa, após se reunir com o representante israelense, que "não soube dar explicações" a respeito.

Diante dos pedidos dos israelenses à ONU para deslocar seu quartel para fora da zona de combate, o titular da Defesa italiana foi categórico: "As Nações Unidas não podem receber ordens de Israel", sentenciou.

O ministério das Relações Exteriores francês anunciou em um comunicado que "espera explicações", ao mesmo tempo em que lembrou da "obrigação" de proteção aos capacetes azuis em áreas de conflito.

O governo espanhol fez esta mesma exigência, denunciando uma "gravíssima violação do direito internacional humanitário".

Já o primeiro-ministro irlandês, Simon Harris, criticou na rede social X um "ato irresponsável" que "deve cessar".

Nos Estados Unidos, a Casa Branca disse estar "profundamente preocupada" com os disparos israelenses contra a Unifil e disse ser "fundamental que não ameacem a segurança das forças de paz da ONU".

O Exército israelense, por sua vez, confirmou que realizou disparos perto do quartel-general da Força Interina das Nações Unidas no Líbano, afirmando que "os soldados instruíram as forças da ONU presentes na área a permanecerem em espaços protegidos, e então abriram fogo".

Em suas fileiras, a Unifil conta com 700 soldados franceses, 600 espanhóis e 370 irlandeses.

A missão de paz das Nações Unidas denunciou outros ataques do Exército israelense às suas posições no Líbano.

Na quarta-feira, "soldados israelenses dispararam deliberadamente contra as câmeras da posição, tornando-as inoperantes, e também contra uma posição onde eram realizadas regularmente reuniões tripartites antes do início deste conflito", informou.

A Unifil, que em 5 de outubro afirmou que "manteria suas posições", já havia denunciado no domingo operações militares israelenses “extremamente perigosas” perto de um de seus postos do vilarejo fronteiriço de Marun al-Ras.

T.Schmidt--HHA