Hamburger Anzeiger - ELN mata cinco soldados na Colômbia em seu primeiro ataque após retomada das negociações

ELN mata cinco soldados na Colômbia em seu primeiro ataque após retomada das negociações
ELN mata cinco soldados na Colômbia em seu primeiro ataque após retomada das negociações / foto: Daniel Muñoz - AFP/Arquivos

ELN mata cinco soldados na Colômbia em seu primeiro ataque após retomada das negociações

Os guerrilheiros do Exército de Libertação Nacional (ELN) mataram cinco soldados na Colômbia, no primeiro ataque rebelde após a retomada das negociações de paz no início de novembro, informou o ministro da Defesa nesta quinta-feira (21).

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As vítimas são "cinco soldados e ainda há vários feridos que esperamos que pelo menos consigamos preservar a vida", disse o ministro Iván Velásquez, em um evento público.

Mais cedo, as autoridades haviam informado que três militares morreram no ataque, que ocorreu na área rural do município de Anori (noroeste), e outros dois faleceram em decorrência de seus ferimentos.

O Exército detalhou em um comunicado que os soldados resguardavam uma área rural na qual vivem ex-membros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) que assinaram o acordo de paz de 2016.

Em 7 de novembro, os delegados do presidente Gustavo Petro concordaram em retomar as negociações com a liderança do ELN, que haviam sido suspensas por meses devido a desentendimentos e a um ataque mortal a uma base militar.

No entanto, as partes que se reuniram em Caracas não concordaram em retomar o cessar-fogo.

"Os senhores (do ELN) insistem na violência. Têm de ser enfrentados militarmente pelo Estado colombiano", reagiu o ministro do Interior, Juan Fernando Cristo. "Eles são fascinados por se sentarem à uma mesa e falarem sobre paz, mas fazem guerra e causam danos", acrescentou.

Uma semana depois, as forças militares mataram 13 guerrilheiros em duas operações no departamento de Bolívar e na fronteira com a Venezuela.

Petro iniciou conversações com o ELN no final de 2022, quando se tornou o primeiro esquerdista a chegar ao poder na Colômbia.

Mas o processo de paz, que busca desarmar o grupo guerrilheiro mais antigo das Américas, está constantemente em crise devido aos ataques dos rebeldes e às diferenças na mesa.

O ELN, que completou 60 anos em 2024, tem forte influência perto da fronteira com a Venezuela, no departamento empobrecido de Chocó e no departamento de Bolívar, no noroeste do país. Lá, eles frequentemente atacam as forças de segurança com carros-bomba e outros explosivos.

Por sua vez, os guerrilheiros tornaram pública sua irritação quando o governo decidiu entrar em negociações de paz com “Los Comuneros del Sur”, uma facção insurgente que opera no departamento de Nariño (sudoeste).

O ELN tem cerca de 5.800 membros em todo o país, de acordo com a inteligência militar. Especialistas apontam que dentro da organização há uma profunda divisão de frentes e uma falta de coesão, o que dificulta as negociações de paz.

Petro está tentando neutralizar o conflito armado que já dura seis décadas, mantendo conversações com várias guerrilhas e gangues criminosas. Mas ele enfrenta críticas da oposição, que denuncia a deterioração da segurança pública.

A.Gonzalez--HHA