Hamburger Anzeiger - Moscovitas pró-Putin, entusiasmados após discurso em tom ameaçador

Moscovitas pró-Putin, entusiasmados após discurso em tom ameaçador
Moscovitas pró-Putin, entusiasmados após discurso em tom ameaçador / foto: Alexander NEMENOV - AFP

Moscovitas pró-Putin, entusiasmados após discurso em tom ameaçador

Os habitantes de Moscou pró-Kremlin expressaram sua confiança na vitória de seu país nesta sexta-feira (22), um dia após Vladimir Putin discursar em tom de ameaça ao Ocidente e após a utilização de um míssil de última geração contra a Ucrânia.

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O presidente russo, que lançou uma operação contra a Ucrânia em fevereiro de 2022, afirmou na quinta-feira que o conflito na Ucrânia já tem contornos de uma guerra "mundial" e alertou que não descartava ataques no Ocidente.

Suas declarações ocorrem um dia depois do disparo de um míssil balístico de médio alcance, capaz de transportar ogivas nucleares, contra Dnipro, no centro-leste da Ucrânia, e após avanços significativos das tropas de Moscou na frente leste.

Putin classificou o disparo como uma resposta após a Ucrânia utilizar mísseis balísticos americanos ATACMS pela primeira vez contra a Rússia na terça-feira.

Nas ruas de Moscou, poucas pessoas concordam em comentar sobre estes eventos a um meio de comunicação ocidental, em um cenário de repressão implacável a qualquer voz que critique o Kremlin e sua ofensiva na Ucrânia.

Aqueles que concordam em falar aplaudem a determinação do Kremlin.

"A Rússia vai superar tudo. Ninguém será capaz de derrotá-la", diz Alexei Peshcherkin, nascido na capital russa.

Putin "está fazendo tudo muito bem. Ele não deixa nenhuma chance para aqueles que querem atentar contra (a segurança da Rússia)", acrescenta o encanador de 57 anos.

- Juntos com o presidente -

O discurso de Putin à nação, transmitido pela televisão estatal na noite de quinta-feira (21), "me deu uma sensação de segurança. Não há dúvidas de que existe alguém para nos defender", afirmou Alexander Timofeyev, um ferroviário de 72 anos.

"Eles estão tentando nos intimidar. Mas estão com medo. E o medo às vezes é uma coisa boa", acrescentou Timofeyev.

Yulia Kim, uma médica de 52 anos, observa uma "escalada" entre Moscou e o Ocidente e admite temer "uma guerra nuclear". "Mas devemos lutar por nossa independência e resistir até o fim", afirma.

Para Andrei, um economista de 61 anos, "a Rússia tem meios suficientes para defender sua independência". O país "superará tudo, junto com seu presidente", diz ele.

Alguns moscovitas se mostram dispostos a aceitar as dificuldades decorrentes dos problemas econômicos alimentados pelas sanções ocidentais, pela alta inflação que empobrece os russos e pela queda do rublo.

"A inflação é difícil, mas o que se pode fazer?", diz Peshcherkin, que acredita que as dificuldades serão "temporárias".

Durante a Segunda Guerra Mundial, "não tínhamos nada para comer e as pessoas sobreviveram. Ainda temos comida", diz ele.

L.Keller--HHA